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Júlio Marques 69 JULHO / AGOSTO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M JRWP – O capital inicial, que eles tinham... JÚLIO – O Sr. Aguiar dizia: “eu quero construir um banco, mas um banco de bancários e não de banqueiros”. E resolveu que não ia competir com os grandes bancos, pelas contas dos grandes fazendeiros, das grandes fortunas. Dizia: “vou procurar os pequenos agricultores”; na região de Marília, eram muitos descendentes de japoneses e ele contratou esses “japoneses” para atendê-los. A partir dessa época, começou a desenvolver os “princípios do Bradesco”, baseado, por exemplo, na idéia de contratar jo- vens semmuita experiência, mas que vinhamcomvontade de trabalhar, sem os vícios trazidos de outras empresas. E continuava: “vamos privilegiar quem estiver aqui dentro e não trazer gente de fora”. Com isso ele criou o que hoje chamamos de “Carreira Fechada”; depois dele, veio o Sr. Lázaro deMelo Brandão, que também começou com ele na Casa BancáriaAlmeida; ele tem 65 anos de Bradesco e está lá desde o início. JRWP – Ele ainda está à frente da operação? JÚLIO – Ele é o presidente do Conse- lho do banco, mas chega, todos os dias, às seis emeia damanhã e vai em- bora às sete, sete e meia da noite... JRWP – Nos dias de hoje, vocês são uma empresa atípica: embora a história não seja incomum entre as grandes empresas, poucas se man- tiveram assim... GRACIOSO – De fato, o Amador Aguiar estabeleceu a profissiona- lização na administração bancária: os administradores têm sido mais profis- sionais do que acionistas. JRWP – O turnover de vocês é inferior ao da concorrência? JÚLIO – É comum você encontrar, no Bradesco, pessoas que estão lá há muito tempo. Meu diretor executivo, por exemplo, acaba de completar 51 anos de Bradesco. GRACIOSO –Há limite de idade para a permanência de diretores? JÚLIO –Na diretoria executiva o limite é de 65 anos. GRACIOSO – Parece evidente que – na sua origem, pelo menos – o “CADA FUNCIONÁRIO FEZ, EM MÉDIA, DOZE CURSOS NO ANO PASSADO.” Ð

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