Capa3.indd
        
 Mesa- Redonda 88 R E V I S T A D A E S P M – JULHO / AGOSTO DE 2008 “OS EXECUTIVOS DA TOYOTA DEDICAM 46% DO SEU TEMPO A PENSAR.” Imagem: WordPress e mais barato, aToyota levou 40 anos. Há 40 anos, um carro, um relógio ou uma calculadora japonesa eram produtos de quinta categoria, mais ou menos como, hoje, pensamos sobre os produtos chineses. Foi uma estratégia de paciência, de kaizen , a busca da melhoria contínua dia após dia, ano após ano.Aquestão fundamental para mim – pela razão de unir os valores, a marca, o branding , a garantia de que haverá pensamento de longo prazo – é a necessidade que a empresa tem de inovar. A inovação é ineficiente. Se eu desejo eficiência, devo fazer mais do mesmo. Por outro lado, para inovar, preciso errar, investir... SILVIA − Acho que dá para conciliar tudo, e as grandes empresas fazem isso. Existem conselhos que tomam decisões estratégicas, olhando lá na frente; os altos executivos ligados a esses conselhos tambémestão na ope- ração, mas de olho na inovação,que devem estimular. Mas não dá para ignorar o curto e o médio prazo, caso contrário não se chega lá. GRACIOSO − O comentário do Luiz me leva a pensar que isso pode ser provocado por tabela, esta atitude dos jovens. Devem ouvir muitas histórias de amigos e colegas que se sentem impressionados, que não têm aquele senso de estabilidade, de permanência, que se tinha antigamente. Enfim, as empresas − grandes ou pequenas, mas prin- cipalmente as grandes − são as primeiras a deixar claro que “você será bem tratado enquanto estiver conosco, mas ninguém garante que vai envelhecer conosco”. Isso fica implícito, não é dito em palavras. Os jovens, muito acertadamente, pensam assim: “bem, se eles não querem um compromisso de longo prazo comigo, eu também não vou querer com eles, então, vou pensar em mim, acima de tudo...” JONI − O valor de uma empresa está nos seus bens tangíveis e os intangíveis. A inteligência que existe dentro dessa empresa, ou a sua orientação à inovação ou não, está na parte intangível; a parte ética entre “até onde a gente vai”, ou seja, queremos resultados continuamente crescentes, mas temos uma ética de tratar que está na parte intangível. E a marca tem essa facilidade de atrair os novos talentos. Não se pode generalizar − existem corporações em que a busca de resultados é contínua, é crescente, mas é que a forma como a coisa é feita ali, possa ser interessante, no cenário atual, para atrair jovens que estejam dispos- tos. Hoje a carga de trabalho já ultrapassa o que está no contrato e isso é uma coisa implícita: é uma condição para se estar competitivo que se aceitem essas regras. Hoje, no mundo, mesmo no final de se- mana, aos sábados, também se está trabalhando, fazendo conexões: é o teatro, cinema, e-mail, a que você está o tempo todo conectado.
        
                     Made with FlippingBook 
            RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx