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Para onde vamos? 89 JULHO / AGOSTO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Ð LUIZ – É preciso enfrentar outro fator, que consiste no avanço da tecnologia de informações, e que nos deixa, todos, desinformados; todos nós, neste momento, não estamos sabendo exatamente o que está acontecendo. A velocidade da informação é tão rápida que fica quase impossível acompanhar o seu avanço, e isso também é ruim. JRWP − Mas trata-se também de um fator de equalização, já que as pes- soas, de alguma forma, se igualam nessa deficiência. LUIZ − Quando falo em “grau de informação”, estou-me referindo não à empresa, mas aos seus exe- cutivos. Se eles forem ávidos por informação e dispuserem de muita, se eles lerem jornais, acessarem a internet etc., sua empresa estará à frente da que parou no jornal de ontem. Informação é extremamente importante. SILVIA − A profissão de executivo, acredito, é a mais cobrada e men- surada. LUIZ – Mas, às vezes, ele não tem tempo. O problema é que cada dia tem apenas 24 horas, dentro das quais precisamos dormir, tomar banho, almoçar, namorar... Então, quando você quer se enriquecer com informações úteis para os negócios, sobra muito pouco. Por exemplo, quando foi a última vez que alguém leu um romance? JRWP − O que é isso? LUIZ − ...e romance é cultura. Quando foi a última vez que você leu um livro de história? Tudo isso é cultura e não dispomos do tempo para absorvê-la. Eu folheio meia dúzia de jornais por dia e acabo não lendo quase nada. Quer dizer, o grau de informação do executivo é fundamental, um diferencial de- cisivo para o seu desenvolvimento profissional. JRWP − É curioso que o Gracioso traga essa informação de que “os executivos da Toyota dedicam 46% do seu tempo para pensar no futuro”. Quem é que fez essa estatís- tica, quem mediu isso, quem é que pesquisa esse tipo de coisa? GRACIOSO − Eu dei a fonte: Wall Street Journal. JRWP − Eu sei, claro. Mas acho que também precisamos questionar esse monte de estatísticas que recebemos todos os dias e que põem em relevo, também. Qualquer um que trabalhe mais de oito horas por dia evidente- mente não terá tempo para planejar outras coisas porque a execução demanda toda a sua atenção. É evidente que vai faltar tempo para coisas básicas como o planeja- mento a longo prazo e até mesmo para o atendimento adequado dos clientes... “HOJE, VOCÊ ESTÁ O TEMPO TODO CONECTADO AO TRABALHO.”

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