Revista da ESPM JUL-AGO_2009

} Tenho saudades dos antigos líderes na área de propaganda. ~ î } O jornalista é mais acreditado do que o marqueteiro. ~ regulamentação alguma eu ia fazer propaganda para detonar essas pes- soas. Então, o fato de você ter um mecanismo estatal inoperante... JRWP – Ou incompetente. MARCELO – ...não é justificativa, em minha opinião, professor, para descartar qualquer mecanismo de regulação estatal. O resultado desse espírito animal é o que nós vimos no mercado financeiro. JRWP – Isso é óbvio: “o homem é o lobo do homem”. MARCELO – Acho que aí a ques- tão se evidencia ainda mais no seguinte sentido: será que a arena adequada para se debater isso não é o Estado, mas a sociedade? Talvez não estejamos explicando adequadamente a nossa profissão para uma sociedade ocupada com outras questões mais urgentes. VIDAL – Para tentar acender uma luzinha: primeiro, numa sociedade de mercado, sempre haverá publi- cidade. No outro extremo, temos publicidade enganosa, coisas abu- sivas que precisam ser coibidas. Posso citar uma que eu mesmo impedi: uma mulher passava um creme emagrecedor, simulava um tempo de 40 minutos e perdia 12 centímetros de cintura – esse tipo de coisa, certamente, não deve existir. GRACIOSO – A publicidade pode e deve existir, sempre que respeite a verdade e a ética. VIDAL – A competição é humana, as pessoas estão sempre agindo e acho que essa impossibilidade de diálogo a que o Synésio se referiu também existe. Como essas coisas se resolvem? Talvez na base da expressão “é no tranco da carroça que as abóboras se acomodam”. Acho que o papel das organizações não governamentais é relevante para fazer aqui o contraponto. As normas técnicas e de segurança de brinquedos evoluiu após muitas reclamações judiciais. RENATO – É a sociedade agindo. VIDAL – O próprio Estado muitas vezes é provocado pela sociedade. RENATO – O Estado age em nome da sociedade. SYNÉSIO – Para fazer uma minuta de norma, ficamos três anos testan- do e imploramos ao “Inmetro: por favor, me mande fazer isso obri- gatoriamente”. Agora, temos aper- feiçoamentos. Às vezes o Código de Defesa do Consumidor entrava, criava uma rusga ou outra, o fato é A propaganda e o marketing conseguirão sobreviver a esse fogo cerrado? julho / agosto de 2009 – R e v i s t a d a E S P M 123

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx