Revista da ESPM JUL-AGO_2009

temos de correr; não esperar mais dois anos para isso acontecer. JRWP – Queria expor aindao seguinte: quando convidamos vocês para o de- bate, o professor Gracioso e eu conver- samos sobre o que poderia resultar da discussão.Houvequestões trazidas por vocês que estão sendo discutidas há séculos e talvez milênios. O objetivo principal da mesa é esclarecer, que é a função do professor. Só que umbom professor não é o que deixa certezas nos alunos,mas oque os ensina a fazer as perguntas certas. Nesse sentido vo- cês responderammuito bem, estamos comumricomaterial, mesmo que não haja consenso ou conclusão única. RENATO –Oprincipal é todos concor- daremcoma necessidade da ética, do papel do Conar no aspecto comer- cial. Quanto ao político, um terreno totalmente diferente, pantanoso, não seria o caso. Mas admito que, talvez, a ideiamais importante a ser pensada ou discutida diz respeito à ética e à fisca- lização/responsabilização. Não posso deixar de questionar a proibição. A tarefa de responsabilizar e de fiscalizar tem o sentido de educar. A ideia de proibição é aquela da qual talvez devamos mais nos afastar. Importa melhorar os institutos de fiscaliza- ção, também em relação ao setor público, importa ao IDEC e aos outros órgãos divulgarem melhor, importa fazer uma boa propaganda, respeitando os direitos do cidadão e da sociedade, do consumidor e dos serviços públicos, importa fomentar ainda mais os controles éticos entre os próprios profissionais. MARCELO – Pouco depois que explodiram esses escândalos em Wall Street, os reitores dos colégios de Harvard perceberam que, dos 150 nomes envolvidos em fraudes, 80 eram ex-alunos de lá. Eles estão trabalhando para aumentar e diver- sificar as disciplinas relacionadas à ética. É dessa diretriz moral que nós necessitamos, professores e profis- sionais, agentes do mercado, enfim. Porque se esse espaço não for criado, o Estado entrará regulamentando. VIDAL – Uma coisa é a publicidade comercial que atua no mercado, outra coisa é a questão política, que tem dimensão de cidadania, democracia, participação etc. Os norte-americanos, como o sociólogoWright Mills (A elite do poder ), acreditamque umdos gran- des problemas de hoje não são os sis- temas, mas as pessoas que comandam o sistema. Tanto no setor público como noprivado, háuma falhaéticadaselites. Qualquer tipo de sociedade não deve prescindir de suas elites. SYNÉSIO – Estamos num estágio em que não é melhor nem pior, já passa- mos da fundamentação da ética; ela estáfixada, está emevoluçãoe vai con- tinuar em evolução O próximo passo será a conduta; porque uma coisa são os valores éticos meus, da sociedade e do setor no qual eu trabalho, seja brinquedo, publicidade, enfim. Esses valores estão estabelecidos, talvez a gente possa até pendurar na parede. Opróximopasso é estipular a conduta. JRWP – O i nd iv í duo t em de saber decidir. GRACIOSO – Há um programa na Globo News em que o apresentador termina pedindo ao entrevistado para resumir o tema e em uma palavra – Da Publicidade Art. 36 . A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. Parágrafoúnico .O fornecedor,napublicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem. Art. 37 . É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 1 o É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 2 o É abusiva, dentre outras, a publicidade discrimina- tória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 3 o Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. Art. 38 . O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. NR: Artigos extraídos do Código de Defesa do Con- sumidor, instituído por lei federal, em 1999. acho que o tema é diálogo e a palavra ou as palavras, como disse o Synésio, é preciso quebrar a desconfiança que existe entre as partes. Você disse com todas as letras que não confiamos no Governo e ele não confia em nós. Como vai haver diálogo se nãohá con- fiança? Acho que deveria celebrar-se um armistício.Talvez seja cedo para a paz definitiva, mas um acordo, talvez por umano.Vamos ensarilhar as armas e tentar entender o ponto de vista um do outro, pelo menos enquanto o armistício durar. Nada mais. JRWP – Os bons pactos são aqueles que trazem benefícios para todos. Quero agradecer emnome da Escola e em nome da Revista a participação de vocês. d publicidade ES PM julho / agosto de 2009 – R e v i s t a d a E S P M 127

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