Revista da ESPM JUL-AGO_2009

julho / agosto de 2009 – R e v i s t a d a E S P M 49 Carlos Eduardo Lisboa e Alexandre Loures de reciclagem, e o nosso pro- grama “Reciclagem Solidária Cooperativas” apoia dezenas de cooperativas de catadores das nossas embalagens. Mas, como observou o Lisboa, precisamos divulgar isso melhor. Ivan– Sugiroque publiquem isso. É importante. A Unilever faz um ótimo relatório anual; o Banco Real faz um relatório bianual e chegama convidar os stakeholders para enviar críticas sobre o relató- rio atual e sugestões para os novos. Lisboa – E claro que temos a preocupação com a utilização correta dos nossos produtos, especialmente agora, conside- rando que a cerveja tem um teor alcoólico. Não tem sentido, para a empresa, a utilização inadequada dos seus produtos, que colocaria a indústria em risco. Como líder da indústria – no Brasil e em outros países do mundo – é nosso papel lide- rar esse movimento. Para isso, ajudam alguns dos nossos pro- cedimentos. A primeira coisa é: “eu tenho informação suficiente para poder tomar a decisão?” Caso a resposta seja ”não”, onde posso conseguir a informação? Que tipo de investigação pode gerar mais conhecimento sobre o assunto? Foi a partir disso que a companhia tomou a decisão de liderar uma aproximação com a Organização Mundial de Saúde, em 2001/2002. Debatiam-se as consequências do uso inade- quado da bebida alcoólica, e dali saíram algumas direções, tais como, primeiro – isso em diversas categorias, diversos segmentos de bebidas alcoóli- cas; então, não dá para se juntar tudo – entender o que é o quê; depois, foi feita uma análise bem interessante, como normalmente costumamos fazer com todas as decisões tomadas na companhia, que é entender as reais causas que geram a consequência para poder direcionar as suas ini- ciativas. E dali se viu que não era só papel da indústria – era papel de uma sociedade onde a indústria tem um papel. Segun- do, que duas deveriam ser as frentes, as vertentes prioritárias, dentro desse movimento. Uma, bebida e direção: como evitar o consumo e a utilização de novo do veículo; outra, a venda para menores. Digo isso porque, para responder ao seu questionamen- to, acho que o mais importante é que se identifiquem as reais causas e como atuar em relação a elas, em vez de sempre seguir por aquele caminho que parece ser o mais simples e não, ne- cessariamente, o mais efetivo. O que parece mais correto no nosso caso, por exemplo, é atuar e ajudar a resolver o problema de 5% da população que têm algum tipo de problema relacionado com álcool. E ajudar na orienta- ção dos outros 95%, sobre como utilizar corretamente o produto, conhecer mais sobre a categoria e como utilizá-la corretamente; conhecer melhor as marcas e o que essas marcas têm a entre- gar. Ainda, evitar que aqueles 5% que têm problema tenham qualquer tipo de contato com o produto. O que vejo hoje é que, muitas vezes, tenta-se resolver o problema não pela solução cor- reta, mas cerceando a comuni- cação, cerceando a informação aos consumidores, sem permitir que eles conheçam mais sobre marcas, produtos e categorias em geral. Hoje, o que a com- panhia entende – e que é o seu papel – é ajudar na formação, na educação, de como fazê-lo seja por meio da mídia de massa, por ações localizadas, direcionadas, mas a tal ponto que o consumi- dor entenda, compreenda, forme uma consciência de como atuar nessa categoria. Alexandre – Queria comple- mentar o que você disse, Lisboa, mencionando o caso daVenezuela, um país vizinho, sobre o qual co- nhecemos o mercado a fundo. Lá, a propaganda de cerveja foi banida em 2005, assim como toda a mani- festação promocional da categoria de cerveja, incluindo-se eventos – e, no mesmo ano do banimento, o consumo aumentou 6,5%. Ivan – Isso foi iniciativa pes- soal do Chávez? } É nosso papel liderar esse movimento. ~ } Nosso sistema de gestão ambiental já tem 17 anos. ~ î

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx