Revista da ESPM JUL-AGO_2009
Edmir Kuazaqui julho / agosto de 2009 – R e v i s t a d a E S P M 75 Bibliografia Edmir Kuazaqui Doutor e mestre em Administração (linhas de pesquisa: Marketing, Recursos Humanos e Comércio Exterior), professor da ESPM. Autor de livros, consultor e presidente da Academia de Talentos. ES PM BRASIL . Código de Defesa do Consumidor. Lei 8070 de 11 de Setembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/l8078. htm. Acesso em: 11 jun 2009. FRIEDMAN , M. The social responsibility of busi- ness is to increase its profits . The NewYork Times Magazine, September 13, 1970, 8 pages. HARDIN , G. The tragedy of the commons. Science , n.162, p.1243-1248, 1968. OLIVEIRA , José Antonio Puppim de. Empresas na sociedade: sustentabilidade e responsabilidade social. São Paulo . Campus, 2008. SCHWARTSMAN , Hélio. O resfriado e a verdade . Revista da Folha. Jornal Folha de São Paulo, 3 de junho de 2001, pg.2 SROUR , Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. Posturas responsáveis nos negó- cios, na política e nas relações pessoais , 2 a ed. São Paulo: Campus, 2003. ______ . Ética empresarial: o ciclo virtuoso dos negócios, 3 a ed. São Paulo: Campus, 2008. Adicionalmente, é possível citar o caso do ácido ascórbico, vitamina C, que na década de 1970 era usado para prevenir resfriados. Depois de dezenas de estudos controlados, chegou-se à conclusão de que ele não evita os resfriados, mas fortalece as defesas do organismo. Portanto, diversos comerciais veiculados, que estabeleciam uma relação direta en- tre a cura e a ingestão dessa vitamina poderiam ser considerados como propaganda enganosa, de acordo com o artigo 37 do Código de Defe- sa do Consumidor brasileiro, surgido na década de 1990. Entretanto, o mesmo artigo do mesmo código de- termina que o anunciante conserve a documentação que originou os dados e informações utilizados na campanha publicitária. Desta forma, a partir da interpretação e análise de um bom advogado, o anunciante não seria enquadrado como respon- sável pela propaganda enganosa. Infelizmente, o consumidor talvez não tenha o conhecimento e a sensibilidade para discernir o que é certo e o que é errado dentro de interpretações jurídicas. Srour (2008, p.254) contribui, di- zendo que, Após a crise internacional instalada a partir do segundo semestre de 2008, parece que houve um com- pleto esquecimento das ideologias defendidas, como a preocupação com a ecologia, efeito estufa, a fome e a violência. Vários animais já estão inclusos na lista de extinção, como os ursos polares, os pinguins, as abelhas e até os cucos. A grande manchete dos principais noticiários se resume na crise internacional, na suamagnitude, num prisma meramente econômico. Emvez de ocuparemespaço namídia as soluções que evitem a extinção de espécies oumesmo amenizema crise, ganhamespaço as fusões e aquisições de empresas mal gerenciadas. Ao que parece, grande parte da crí- tica é direcionada ao marketing das empresas, à prerrogativa da obtenção de lucro a qualquer custo. Entretanto, deve-se perceber que talvez as empre- sas sejam somente parte do problema e que a sociedade como um todo pode ser o reflexo dos tempos em que vivemos. Finalizando este artigo, frisa-se queHardin (1968), em seu po- lêmico artigo, observa que a condução e gestão dos recursos comuns estão categorizadas em duas alternativas: a concentração da estatização ou a transferência de responsabilidades para os indivíduos. A história já en- sinou que a concentração de poder leva a práticas antidemocráticas e com resultados negativos para todos, menos àqueles que detêm o poder. Por outro lado, a descentralização e employeeship conduzem a um futuro imprevisível, por um caminho incer- to. Resta saber se, conscientemente, seremos os pastores, as ovelhas ou os recursos estagnados. Conclusões O artigo procurou apresentar uma síntese da empresa e do marketing na sociedade contemporânea, tentando eliminar o pensamento reducionista de práticas depropaganda e comunicação que, por vezes, representamapartefinal do processo de marketing. Procurou, emuma coletânea de autores e traba- lhos, a possibilidade de análise e dis- cussão ampla sobre o marketing das empresas, levando em consideração o ambiente onde os relacionamentos são efetuados. Em outros termos, a sustenta- bilidade supõe que as empre- sas sejam viáveis economi- camente, justas socialmente e corretas ecologicamente. Esse tríplice resultado ( triple bottom line ) mede o impacto das suas atividades ao mundo e contribui, em última instância, para assegurar a habitabilida- de do planeta.
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