Revista da ESPM JUL-AGO_2009
R e v i s t a d a E S P M – julho / agosto de 2009 96 As mascotes dos Produtos alimentares Metodologia Combasenarevisãodeliteraturarealiza- da,elaboramos duasperguntasdeinves- tigação que orientaramo nosso estudo: PI1 – Qual a atitude dos pais face às mascotes das marcas de produtos ali- mentares dirigidas às crianças? PI2 – Até que ponto os pais reconhe- cem a influência que as mascotes exercem sobre as crianças? No intuito de respondermos a estas questões, levamos a cabo um estudo quantitativo, de caráter exploratório, com base num inquérito por ques- tionário. Dado que não encontramos escalas que avaliassem os construtos que nos propusemos estudar, criamos dois instrumentos: uma escala que ava- lia a atitude dos pais face às mascotes das marcas de produtos alimentares e uma outra que avalia a influência que asmascotes exercemsobre as crianças, na perspectiva dos pais. Para ambas as Tabela 1 – Escalas criadas neste estudo, respectivos itens e consistência interna Construtos Itens Alpha de Cronbach Atitude positiva face às mascotes Atitude negativa face às mascotes Influência das masco- tes percebida pelos pais ,906 ,884 ,973 v São um bom exemplo para o/a meu/minha filho/a. v Mostram condutas corretas ao/à meu/minha filho/a. v Estimulam a prática de exercício físico no/a meu/minha filho/a. v Dão bons exemplos alimentares ao o/a meu/minha filho/a. v Levam o meu filho a consumir produtos que lhe fazem mal. v Levam o meu filho a comer produtos que engordam. v Dificultam a tarefa dos pais de zelarem pela alimentação dos seus filhos. v São uma má influência para os hábitos alimentares do meu filho. v Quando o meu filho escolhe os produtos para ele, escolhe aqueles que têm mascotes. v O meu filho tende sempre a escolher produtos com mascotes. v Em produtos idênticos, o meu filho tende sempre a pedir aquele que tem uma mascote da qual ele gosta. v O meu filho pede-me para comprar os produtos que têm mascotes. escalas foram utilizadas respostas do tipo Likert de 7 pontos. Utilizamos uma amostra de pais residentes na Área Metropolitana do Porto, Portugal, uma zona que conjuga características de um centro urbano com bastante densidade mas também de zonas urbanas mais periféricas. Análise de dados e discussão A amostra do nosso estudo era com- posta por 53 indivíduos, 69,2% dos quais do gênero Feminino e 30,8% do gênero Masculino. Em relação à idade dos entrevistados 51,9% tinha entre 25 e 37 anos e os restantes 48,1% entre 38 e 47 anos. Começamos por analisar a consistên- cia interna dos construtos por meio do Alpha de Cronbach (Tabela 1) e verifi- camos que tanto na escala de Atitude (positiva e negativa), face às mascotes, quanto na escala de influência das mascotes, os valores de Alpha foram bons, variando entre ,884 e ,973. Seguidamente formamos uma variável a partir de cada construto. Para isso encontramos o valor médio entre os itens de cada escala. Os resultados da análise descritiva realizada são apresentados na tabela 2. Podemos verificar que, embora de forma moderada, os entrevistados apresentam uma atitude positiva face às mascotes (M=4,01; DP=1,60). Portanto, os sujeitos consideram que, de fato, as mascotes são um bom exemplo,mostramcondutas correctas, estimulama prática de exercício físico e dão bons exemplos alimentares. Este resultado confirma a nossa convicção inicial de que os pais não são indife- rentes à influência das mascotes e ao seu papel “pedagógico”. Mas, emcomplemento desta variável, verificamos que os pais têm, por outro ?
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