Revista da ESPM Julho-Agosto_2010
julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 105 } As pessoas são muito parecidas, seja nas empresas ou no governo. ~ do partido socialista, aderiu a esse movimento e está conseguindo resultados excepcionais em Per- nambuco. E ele é um esquerdista de fato, mas é um pragmático que percebeu que não se trata de uma questão ideológica, mas sim de fazer o estado funcionar melhor e a vantagem é que sobra caixa. A Lei de Responsabilidade Fiscal colocou um limite para o gasto do Estado com f uncionalismo, por exemplo, então não há muita margem de manobra. O que os go- vernos começam a perceber é que, se melhorarem a gestão, consegui- rão melhor resultado financeiro e terão mais recursos para investir. Por isso, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a reforma administrativa que v ieram na mesma época, em 1995, deram um empurrão importante nesse processo. Isso está indo além da ideologia e se tornando uma coisa pragmática de bons e maus governos do ponto de vista de gestão. DENILDE – Isso está relacionado com o próprio processo político, porque os governadores e prefeitos estão pensando nas suas reeleições e temos um sistema democrático, no qual as pessoas vão fazer avaliação dos serviços, principalmente nos governos municipais e estaduais, onde o eleitor está mais preo cupado com a gestão do serviço público. É para quem ele reclama sobre segurança, saúde, educação, então o próprio sistema eleitoral acaba sendo uma pressão para que os governadores façam política de gestão visando a reeleição. EDUARDO – Não é somente o financeiro, mas o benefício que o cidadão está recebendo. E aí é preciso acelerar o processo. ALEXANDRE – Uma das áreas que mais cresce no uso de metodologias de gestão básicas – como a divisão de um setor, onde você dá cada área para um dono e cobra resultados –, é a de Segurança Pública. No Rio de Janeiro e em Pernambuco os avanços alcançados nessa questão se devem a isso. Eles dividiram o Estado em áreas, entregaram essas áreas para responsáveis, criaram metas e cobram. Eduardo Campos, governador de Pernambuco, faz reuniões mensais com o Secretário de Segurança, o Delegado Regional e o Chefe da PM da área e cobra resultados. Cria-se uma meta de redução do número de assaltos e de homicídios e cobra, como se faz em qualquer empresa, o resultado por área. Algo trivial nas empresas que, levado ao setor público, está se mostrando revolucionário. Parte da popularidade do Aécio Neves em Minas Gerais se deve à melhoria dos serviços públicos na região. GRACIOSO – A melhoria das es- tradas, por exemplo. As estradas de Minas eram uma tragédia. ALEXANDRE – Pode ter um pouco de ideologia de um lado ou de ou- tro, mas tudo é muito pragmático. DIEGO – É a porta giratória, são as pessoas da iniciativa privada, que são técnicos e vão trabalhar no poder público. Existem diversos cargos de importância como CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Secretarias, Ministérios. Essas pes- soas trazem esse conhecimento da iniciativa privada e implementam,
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