Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2010 122 Uma fonte de financiamento sig- nificativa é a comercialização de conteúdo, de seu acervo, para outras emissoras, produtoras audiovisual, corporações etc. Nos E.U.A. repre- senta 15% do orçamento da PBS. Outras fontes de receita são a comer- cialização de produtos e subprodu- tos, a prestação de serviços, a venda de assinatura, em canal fechado, com uma programação selecionada do acervo da TV pública. Entrando numa seara bemmais dis- cutida, chegamos aos patrocínios e apoios institucionais. São formas de publicidade, as quais podem tanto estar vinculadas a determinado pro- grama, programação, ou até mesmo à emissora como um todo (uma cota máster). Pode ou não implicar na veiculação de filmes publicitários, podendo adicionalmente veicular-se apenas uma vinheta institucional ou umamenção ao apoio. Odebate começa esquentar, especialmente, na medida em que os potenciais “patrocinadores” come- çam a se preocupar com a audiência. Ela, como já falado anteriormente, não pode ser o fimúnico de uma emissora pública, mas conviver com índices inexpressivos – o famoso “traço” – pode representar uma televisão pública para nin- guém, deixando assim de cumprir sua missão. E na ânsia de querer se manter o patrocinador, poder-se-ia alterar a qualidade da programação, seu conteúdo cultural/educativo, no ensejo de alcançar índices mais altos. É importante notar que as receitas privadas são uma realidade em muitas redes públicas de co- municação. Ela, sozinha, tende a não definir a presença ou ausência de qualidade, tampouco sua independência. Temos bons exemplos de televisões públicas que lançam mão delas ( e.g. PBS), mas também de outras que são estrita- mente financiadas pelo poder público ( e.g . BBC). Na realidade, parece ser uma combinação de mecanismos de gestão, controle social e fontes de financiamento, a qual pode determinar o cumprimento ou não da missão maior. O grande desafio nesse cenário é preservar os ideais da televisão pública em meio a todo esse contexto. “O modelo público consagrado internacionalmente é aquele que se mantém independente do Estado e do comércio, política e financeiramente” (LEAL FILHO, 2003). E a audiência, o que pensa sobre tudo isso? “Falar sobre o que a mídia deve fazer só tem sentido se conhecidos os seus efeitos entre a sociedade” (BARROS FILHO, 2003, p. 9). Nesse sentido, investigamos se a recepção da propa- ganda pelo público-cidadão na TV pública tem o mesmo potencial de polêmica. Demonstramos, numa pesquisa qualitativa re- cente, que a publicidade em TV pública, tende a ser bastante bem acolhida. No início do debate surgiu até certo espanto do grupo quanto ao ob- jeto da discussão, já que eles sequer pensamuma televisão semapresençadapublicidade. Ela tende a fazer partedapaisagemmidiática. Essa surpresa deve-se tambémao fato de o sistema hegemôni- co de comunicação no Brasil ser o comercial, ao } O modelo público consagrado internacionalmente é aquele que se mantém independente do Estado e do comércio, política e f inanceiramente. ~ (LEAL FILHO, 2003). Outras fontes de receita sãoacomercializaçãode produtos e subprodutos, a prestação de serviços, a venda de assinatura, em canal fechado, com uma programação se- lecionada do acervo da TV pública. Divulgação

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