Revista da ESPM Julho-Agosto_2010
julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 135 falta de consistência e continuidade das políticas industriais públicas, influenciando no que produzimos e consequentemente no que expor- tamos. No setor privado, temos um norteamento para um objetivo eco- nômico, derivado dos mecanismos de demanda e oferta do mercado nacional e internacional, fortemente influenciado, também, para a ne- cessidade de uma competitividade cada vez ma ior. Nesse cená r io, temos ainda a alta carga tributária, que procura democratizar os resul- tados econômicos da competência empresarial com as necessidades financeiras do setor público. Público versus privado: subsídios ao debate ANTÔNIO HENRIQUES PÁG. 64 Entre público e privado não é pre- ciso fazer uma escolha excludente, ambos podem e devem ser parceiros em projetos. O setor público ne- cessita de gestores que sejam mais administradores e gerentes do que políticos. O Estado necessita de um controle externo, que lhe permita uma administração mais ágil, sem desvios e corrupção. Por outro lado, o setor privado necessita ser regula- do pelo Estado em vista do interesse público. Ambos devem pactuar e colaborar para o desenvolvimento econômico e social. Você já se perguntou hoje: What’s going on here? LUCIANA FLORÊNCIO DE ALMEIDA PÁG. 70 Compreender a relação ent re o desempenho das empresas, o fun- cionamento dos mercados e o papel das instituições é um desafio que move muitos economistas no mundo inteiro. Mas há uma parcela deles que tem trilhado um caminho dife- rente àquele adotado pela microe- conomia ortodoxa, e nessa linha se inclui o trabalho do professor Mike Peng. Saindo do ostracismo para as páginas dos cadernos de economia, a Nova Economia Institucional tem buscado lançar luz aos fenômenos do mundo real que os livros tradicio- nais de economia não conseguiam explicar. A pergunta chave e que dá título a este artigo é: what´s going on here? Por meio de alguns exemplos, o artigo procura demonstrar que um dos desafios das nações capitalistas nos dias de hoje consiste justamente em definir a medida eficiente entre o regramento público e o microcosmo das transações. Moradores da terra de ninguém GIOVANA ZULATO E MILENA FURTADO PÁG. 76 A relação que o homem estabelece com o espaço que ocupa é uma das mais importantes para a sua sobre- vivência. Excluídos da sociedade, os moradores de rua ressignificam o único espaço que lhes foi per- mitido ocupar, o espaço público, transformando-o em seu “lugar”, um espaço privado. Morar na rua constitui uma mudança profunda no modo de viver e exige retorno a alguns comportamentos primitivos como o nomadismo, a falta de segu- rança e o gosto pela liberdade. Neste trabalho, que envolveu entrevistas com moradores de rua da cidade de São Paulo, observamos como essas pessoas conferem um sentido à sua “casa” e conseguem assim tornar esse ambiente um pouco mais su-
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