Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 25 } As coisas têm mudado muito na gestão pública. Eu me arrisco até a af irmar que a nossa geração está assistindo a uma mudança de mentalidade política no Brasil. ~ mundo é uma questão de conhecimento. A busca do conhecimento é necessária sempre que se quer mel hora r a lg uma coisa. Aí, surge outra questão: “Bom, se quero melhorar algo, é porque o negócio está pior do que eu queria que estivesse. Mas por que estou vendendo 100, quando quero vender 150?” Para descobrir como se vende mais, temos de usar o método e, no método, buscar o conhecimento onde ele estiver, seja em outras empresas, seja na literatura ou ainda nas informações do próprio estabelecimento. Com base nessa análise, monto um plano de ação e chego aonde quero. Pronto, no dia em que eu fizer isso, todos irão aprender e dominar aquele novo patamar. O conhecimento ser ve para pessoas, empresas e nações alcançarem patamares de sobrev ivência cada vez melhores. O conhecimento é a essência da sobrevivência humana. GRACIOSO – A administração pública sofre a ingerência exagerada dos polí- ticos. Como enfrentar este problema, quando se sabe que eles dificilmente trabalham com planos no longo prazo e raramente reconhecem o mérito? FALCONI – Isso está mudando. Hoje já existem Estados e prefeituras reconhe- cendo o mérito, pagando bônus de desem- penho. O próprio Estado de São Paulo já está fazendo isso na área da Educação. As coisas têm mudado muito na gestão públi- ca. Eu me arrisco até a afirmar que a nossa geração está assistindo a uma mudança de mentalidade política no Brasil. Aquela classe política que tinha a mentalidade de usar o poder para benefício próprio ou de terceiros está mudando para uma nova classe política que usa o poder para mudar o País. Isso é nítido na hora em que você vê governadores como o Eduar- do Campos, Aécio Neves, Sérgio Cabral e outros, como o próprio Serra. São pessoas bem diferentes do que se podia pensar no passado, é outro tipo de mentalidade, eles buscam coisas diferentes. Nitidamente, são pessoas que estão em busca de resultados. Houve uma mudança no Brasil nesta últi- ma década e estou muito otimista. GRACIOSO – Com isso chegamos ao ponto focal da nossa conversa. Então, é possível introduzir a meritocracia no serviço público? FALCONI – Totalmente. Vejo que os Esta- dos, municípios e o próprio Governo Fede- ral estão num processo muito semelhante ao das empresas na década de 90, porque nos anos 80, as empresas brasileiras não queriam nem saber de gestão. Esse mo- v imento começou na década de 90 com a abertura dos portos, onde as empresas brasileiras tiveram de enfrentar a concor- rência de importados etc. – aí que começou o interesse. HIRAN – No Governo Collor? FALCONI – Foi. Por incrível que pareça, a grande revolução foi ali. O que se passou com as empresas na década de 90 está acontecendo agora com o Governo. As grandes melhorias geradas pelo governo de Aécio Neves, Eduardo Campos, Sérgio Cabral e outros – e que estão se espalhan- do para outros Estados e prefeituras – é uma decorrência da introdução de métodos V i c e n t e F a l c o n i

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