Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2010 46 O que ocorre é justamente o oposto, os peque- nos e médios empresários é que movimentam o Brasil. São eles os maiores empregadores, eles representam a maior força na economia. Sem amigos entre os governantes, sofrem diante dos custos de pesados impostos, dificuldade para empregar, pois é altamente oneroso, lutam contra a falta de infraestrutura para mo- vimentar seus negócios e têm acesso restrito a financiamentos razoáveis, disponíveis apenas para grandes negócios. De acordo com várias pesquisas, o Brasil tem o maior número de empreendedores do mundo. Somos criativos e trabalhadores, mas carrega- mos um fardo pesado e constante – justamente os governos, donos do Estado, que precisam distribuir-se para financiar sua própria existên- cia, manter seus empregos e aposentadorias, continuar existindo e exaurindo recursos pri- vados. O ponto nevrálgico aqui sustentado não é que não devam existir mais governos, mas é inegável a exigência de repensá-los, uma vez que não mais respondem às necessidades da sociedade atual. As oportunidades de 2014 e 2016 Constatar um problema é frequen- temente a chave para buscar as soluções. Precisamos urgentemente desatar o nó, e a imensa possibilida- de que se abre é a Copa doMundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, eventos que exigirão esforços de reconstrução nacional, mudança de mentalidade e novas formas de pensar grande. A percepção inevitável é de que estamos notadamente atrasados no timing . Tais eventos exigem im- portantes investimentos do setor público, a saber: INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE como aeroportos para receber as pessoas em seus deslocamentos nacionais e internacionais, estradas decentes entre as cidades-sedes e regiões turísticas. MUTIRÕES DAS SECRETARIAS de obras, meio ambiente, planejamento, transportes e cultura, para aprovação de pro- jetos como estádios, hotéis, empreendimentos comerciais, entre outros, nos conformes da lei, projetados e executados com celeridade e objetividade. TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS de todas as esferas, para que se comuniquem em inglês e espanhol (no mínimo) e para que se portem com boas maneiras e civilidade. A melhor impressão de um país é dada por seu povo e suas autoridades. No que tange às empresas privadas, o plane- jamento já está andando. A movimentação da indústria hoteleira e de lazer iniciou em todas as cidades-sedes e cercanias, onde se locali- zam as subsedes. Surgiram muitos negócios vinculados à Copa, e o mais importante é que tenham um business plan pós-Copa. Eventos externos como uma Copa do Mundo e uma Olimpíada são oportunidades únicas para mostrar-se ao Mundo. Com certeza, a África do Sul é agora um roteiro turístico ainda mais visível e considerado. Milhares de pessoas que foram a Johanesburgo, Pretória e Cidade do Cabo nunca haviam pensando antes em ir lá, e agora divulgam tais destinos. Tóquio, ao receber os jogos de 1964, mostrou aomundo do que eram capazes os japoneses: conseguiram sediar com dignidade e eficiência uma Olim- píada menos de 20 anos depois da II Guerra e da destruição quase completa do país. Tanto a Copa do Mundo quanto as Olimpíadas são oportunidades úni- cas para mostrar-se ao Mundo. Agora a África do Sul é roteiro turístico visível e considerado. Milharesdepessoasque foram a Johanesburgo, Pretória eCidade doCa- bo impressionaram-se com tais destinos.

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