Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2010 54 ENTREVISTA objetivo para 2030, de como devemos evoluir. Em funçãodesseobjetivode longoprazofixamosobje- tivosparciaisanualmente.Porexemplo:umaescola que temo IDESP de 2,5 em 2010, passaria a ter no ano que vemumobjetivo de 2,8 ou 2,9 e assimpor diante.Cadaescolatemasuameta.Combasenessa meta criamos um sistema de bônus, que funciona como o bônus anual que a empresa paga para os seus funcionários em função dos resultados, das vendas, do que for. Assim, as escolas que atingem ousuperamameta,todaaequipeescolarganhaum bônusdiferente, dependendodonível deatividade. GRACIOSO – O bônus não é individual, é dado à equipe? PAULORENATO –Écoletivoepodechegaraté2,9 salários. Você dar 25%do salário anual embônus é bom. A equipe recebe 2,9 salários se superar a sua meta. Se atingir a meta recebe 2,4 salários e assimproporcionalmenteparabaixo. Jáéo terceiro ano consecutivo que o bônus é pago combase no resultadoeaexperiência temsidomuitoboa. Tudo isso desde o início da gestão do Governador José Serra e eu dei continuidade. O que criei foi uma mudança na forma de ingresso, seleção e carreira dosprofessores.Atéagoraoconcursopúblicopara ingresso era o tradicional: uma prova, na qual os que se classificammelhor entrame sãoefetivados. Decidimos adotar um sistema parecido com o do Itamaraty, daPolíciaMilitaredasgrandescarreiras na Receita Federal e no Estado, onde a pessoa faz umcursodequatromesespara fazerumconcurso. O primeiro teve início no dia 9 de agosto. LUIZ SALES – E esse curso avalia? PAULORENATO –Também.Ocursoébaseadono currículo, então se avalia o professor combase e só é considerado aprovadono concursopúblicoquem for aprovado tambémno curso. Caso contrário, ele perdetudo.Essaéamudançanaformadeingresso. Por outro lado, também introduzimos uma avalia- ção dos professores temporários. GRACIOSO – O que permite isso? PAULORENATO – Issomostra queparadar aula temde passar no exame,mesmooprofessor tem- porário precisa ser aprovado. Fizemos o exame pelaprimeiravezemdezembrode2009eestamos atribuindo as aulas com base na classificação obtida. O outro elemento foi a mudança na car- reira propriamente dita. Tínhamos uma carreira que era muito estreita em termos da avaliação de remuneração. Em relação ao salário inicial, temos uma remuneração total no Estado para 40 horas semanais, de R$ 1.840,00. No passado, um professor que chegasse aofinal da carreira, depois de 25 anos, com todos os ganhos, não superaria R$ 3.270,00, ou seja, sequer dobrava o salário em 25 anos de trabalho. Isso não é carreira, obvia- mente. Criamos cinco faixas salariais.Acada faixa o professor ganha 25% a mais, e no final pode chegar a R$ 6.270,00 – ele mais do que triplica o seu salário ao longo da vida. GRACIOSO – Ele chegaria a R$ 6 mil ainda como professor ou já promovido? PAULORENATO –Comoprofessor. Comodiretor chegariaaR$ 7,1milecomosupervisoraR$ 7,8mil. LUIZ SALES – Um resultado que, no fundo, é o que interessa. PAULO RENATO – Ele passa de um nível para o outro quando ganha 25% a mais durante três anos, porque o sistema funciona como um pla- no de carreira. Para isso, o professor precisa ter assiduidade e permanecer três anos na mesma escola. E, por último, ele deve passar no exame e atingir nota seis para chegar ao nível dois, sete para passar ao nível três, oito para o nível quatro e nove para o nível cinco. É uma carreira muito exigente e a progressão é individual, portanto ela se complementa com o bônus que é coletivo. Estamos estimulando o aperfeiçoamento e a atualização do profissional com o Concurso de Ingresso, o Curso, os Exames Temporários e o ConcursodePromoção, quatro exames aos quais estamos submetendo os nossos professores. LUIZ SALES – Acho interessante esse con- ceito de carreira. Por exemplo, o militar faz umcursoepassaaMajor, vai fazendocursos e cursos na carreira militar até chegar ao

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