Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 61 convergência inter- nacional para uma outra, relacionada ao share industrial agregado, denotan- do uma estrutura industrial com forte heterogeneidade in- tersetorial, significando numprimeiromomen- to uma tentativa de adaptar omodelo brasileiro ao padrão internacional e, posteriormente, uma busca de interdisciplinaridade e complemen- tariedade produtivas. Entretanto, políticas devem estar contextuali- zadas com propostas e ações. O desempenho industrial brasileiro mostrou, nos últimos anos, uma certa capacidade reativa e nãopropriamente proativa do setor produtivo privado frente às constantes transformações e mudanças econô- micas internacionais.Na áreapública, entretanto, faltam investimentos que deveriamacompanhar a tentativa de crescimento, bem como uma polí- tica industrial que possibilite um incremento de tecnologia e desenvolvimento sustentado. Falta capacidade das estradas, ferrovias e portos, mão deobraqualificada, tecnologiadepontae recursos para que a convergência para uma forte hetero- geneidade intersetorial aconteça de fato e traga umaexpansãoeconômica internaeexterna.Além disso, a reforma tributária e a correta aplicação dos impostos recolhidos sãode suma importância para que a expansão ocorra naturalmente. Fazendoumcomparativocomademandadomer- cadochinês (jáque tantoBrasil quantoChina inte- gramo BRIC), o porto de Yangshan, emXangai, é osegundomaiorportoemvolumedemercadorias nomundoe estápassandopor reestruturaçãoque lhe possibilitará ser o maior ponto de entrada e saída demercadorias domundo. Esse fato, conse- quência da mudança e transformação econômica dopaís, nos sugereanecessidadede investimentos maciços que possibilitem o aumento da produti- vidade e competitividade industrial das empresas brasileiras. Além disso, pensar China como parceira comercial não parece ser profícuo já que, em tese, o mercado chinês possui uma estrutura industrial em transformação, com uma indústria em pleno emprego para atender as demandas in- ternacionais e internas. Comumcâmbio pseudo- desvalorizado, aChina se recuperou facilmenteda crise internacional e tem novamente despontado como o principal país influenciador do comércio internacional e possivelmente reverterá a relação importação-exportação ainda nesta década. No Brasil, números recentes publicados pelo NUCI (Nível de Uso da Capacidade da Indús- tria), indicam para este ano uma média do uso da capacidade instalada da indústria de 83,8% e uma intenção do empresariado de aumentar a capacidade de produção em setores relacionados à cadeia de valores da indústria automobilística (o que parece ser um padrão de comportamento mundial), eletrônicos e eletrodomésticos. In- vestimentos em bens de consumo parece uma de- cisão acertada, levando- se em consideração o A constante intenção de articuladores brasileiros em tentar redirecionar nossos relacionamentos comerciais para econo- mias menos desenvolvi- das só promoveu atritos diplomáticos com mer- cados que consomem nosso produtos, como os EstadosUnidoseEuropa. Omercadochinêspossui umaindústriaemtransfor- mação, empenhando-se ematenderasdemandas internacionais e internas. Aparentando um câmbio pseudodesvalorizado, a China se recuperou fa- cilmente da crise interna- cional e tem novamente despontado como o prin- cipalpaísinfluenciadordo comércio internacional. Hemera Technologies Alicia Solario

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