Revista da ESPM Julho-Agosto_2010
julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 75 LUCIANA FLORÊNCIODE ALMEIDA Doutora em Economia de Empresas pela FEA-USP e professora da ESPM-SP. lflorencio@espm.br AKERLOFF , George. The market for “lemons”: qualitative uncertainty and the market mechanism . Quarterly Journal of Economics, v. 84, p. 488-500,Ago 1970. COASE , Ronald. The problem of social cost . Journal of Law and Economics. 1960. NORTH , Douglass C. Institutions, institutional change and eco- nomicperformance .NovaYork:CambrigdeUniversityPress,1990. PENG , Mike W., WANG , Denis, JAING , Yi. An institutional-based view of internacional business strategy: a focus on emerging economies . Journal of International Business Studies, v.39, p. 920-936, 2008. WILLIAMSON , Oliver. The economic institutions of capitalism: firms, markers and hiraquies . New York,The Free Press. 1985. BIBLIOGRAFIA tusiasticamente, acompanhamos atéas quartasde final. Tanto França quantoNigériamostraramao mundo a interferência de seus Estados emassun tos futebolísticos, sendo o caso da Nigéria o mais emblemático: o chefe supremo da Nação proibiu a seleção de futebol de seu país de competir in ternacionalmente por pelo menos dois anos. Em contrapartida, a FIFA promete impedir a Nigéria de participar das próximas copas. Muitos exemplos demonstram quão danosa pode ser a interferência pública nas questões na turalmente reguladas pelo mercado. Entretanto, outros casos demonstramo quanto a ausência de regramentos nas relações econômicas pode levar ao caos social e econômico, como visto na crise financeira de 2008. Um dos desafios das nações capitalistas nos dias de hoje consiste justamente emdefinir amedida eficiente entre o regramento público e o microcosmo das transações: até onde os governos devem regular, até onde deixar as empresas atuarem livremente, em que setores, em que situações. Onde a mão do Estado é one rosa e ineficiente? Onde a mão do mercado gera ineficiências e distorções? Emminha tese de doutorado tive a oportunidade de olhar omundo das transações do crédito agrí cola sobre as lentes daNEI. Estive emBoulder nos EUA, paraum workshop doRonaldCoase Institute com outros doutorandos que como eu buscavam responder, de forma convincente, à banca de pro fessores presentes, incluindoos professoresOliver Williamson e Douglass North: what´s going on here? Com isso, emvez de umestudo de taxas de juros e índices de inadimplência, para espanto de alguns economistas mais ortodoxos, minha tese traça um panorama das instituições que gover nam o mercado de crédito agrícola no Brasil e as muitas facetas das relações entre as instituições e os contratos (público versus privado). Em resumo, foi possível evidenciar que há custos inerentes às transações eque amão invisível domercadopode ser onerosa. Dessa forma, produtores e agentes credores buscam construir relações contratuais para minimizar os riscos e os custos. O institucionalismo carreia admira dores tantoquanto críticos.Muitas críticas sãoabsorvidas, novas abor dagens conduzidas comoapropos ta pelo professor Mike Peng, por onde iniciamos este artigo. Opas sado recente demonstra a riqueza de estudos e pesquisas empíricas que são diariamente realizados com o intuito maior de aproximar o mundo acadêmico do mundo real. E esse é um desafio crucial para as universidades brasileiras: estabelecer uma ponte próspera na geração do conhecimento e na sua imediata aplicação no mundo corporativo, semesquecer a célebre pergunta: What´s going on here? O que se sabe é que nas comarcas onde os juízes deram ganho de causa aos produtores, as empresas não mais realizaram o chamado contrato de soja verde com os produtores, por evidente precaução de o ocorrido se repetir. Teme- rosos sobre o comporta- mentodosprodutores,as empresas optaram por comprar a soja quando da sua colheita. ES PM
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx