Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 77 G iovana Z ulato e M ilena F urtado E xcluídos da sociedade, os morado- res de rua ressignificam o único espaço que lhes foi permitido ocupar, o espaço público, transformando-o em seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos espaços coletivos da cida- de, fazendo comida no asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas, como se estivessem dentro de uma casa com quatro paredes: assim vivem os moradores de rua. É como se fizessem parte de uma imagem que está pelo avesso, como se fossemo lado oculto e escancarado de uma cidade da qual não fazem parte. Quando andamos pela cidade de São Paulo vemos essas pessoas dormindo nas calçadas e, na maioria das vezes, pedindo esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das pessoas que fazem da rua a sua casa e constroem, em um espaço público, ou que deveria ser público, a sua intimidade. Transformação do espaço público em privado pelos moradores de rua. A “casa” dos moradores de rua possui uma certa divisão de espaço. Feito nossacasaconvencional, mesmo sem paredes, ja- nelas ou limite de espaço definido, neste mundo disperso encontramos moradores que suportam essemododeconvivência no espaço público. Hemera Technologies

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx