Revista da ESPM Julho-Agosto_2010

julho / agosto de 2010 – R E V I S T A D A E S P M 93 Em tese, aumentando-se a quantidade de recursos financeiros, qualquer projeto pode ser feito em prazos reduzidos, bastando tão somente realizar atividades,antessequenciais,simultâneas.Tecnica- mente, trata-se de transformar atividades em série ematividades paralelas. Nosanos60,utilizavam-seastécnicasCPM-Critical Path Method e PERT- Project Evaluation and Re- viewTechnique,paralidarcomprazoscurtos,como na NASA. Hoje o programa MS Project substitui essas antigas ferramentas. Entretanto, a redução de prazos, inevitavelmente, tende a requerer mais recursos, o que resulta emmaior custo. Na iniciativa privada, no setor da construção civil e principalmente no crescentemercado da habitação demédiaealtarenda,enamontagemdeinstalações industriaiscomplexas,aTécnicaLeanConstruction, uma variante da Lean Manufacturing, tem sido aplicada por poucos empresários. A Técnica Lean Manufacturing de qualidade e produtividade foi desenvolvida pela Toyota para produzir veículos de baixo custo, comqualidade e produtividade. No setor público, diante das dificuldades previstas, os responsáveis já se anteciparam e criaram uma organização que, legalmente, não está sujeita aos mesmos controles das empresas públicas e das de economia mista e que, assim, já nasce commaior autonomiaemseusprocedimentosdecontrataçãoe deaplicaçãodeseusorçamentos(“Farraesportiva”, editorial da Folha de S. Paulo , 23/05/2010). Oaprendizado dos Jogos Pan-Americanos parece ter gerado frutos. Assim, parcerias tradicionais e promíscuas, entre empresários e servidores públi- cos, empostos-chave, poderão ser retomadas, sob novos formatosorganizacionais, gerando riscosde graves conflitos de interesses éticos (?) e, lamenta- velmente, de corrupção propriamente dita (!). Conclusão O Brasil precisa preparar-se para dois eventos. A alternativa de insucesso não existe, por princípio. Comdesafios certamentemaiores que os brasilei- ros,aÁfricadoSulrealizouseuevento.Éoexemplo a ser seguido. Ogoverno, por meio da APO– Autoridade Públi- ca Olímpica – e da Empresa Brasileira de Legado Esportivo, vai contratar a iniciativa privada com os controles mais flexíveis, e os empresários con- tratados, certamente, desempenharão seu papel adequadamente, como deveriam. Restaumbenefícioquetalveztenhasidoesquecido. Oincentivoaoesportenaescola, como ferramenta da educação, na formação e no desenvolvimento do futurocidadão, configura-se comoumagrande oportunidade domomento, comou sema partici- pação direta do governo. O Brasil já é o grande celeiro de profissionais do futebol. AsOlimpíadasabremamplasperspectivas para outras modalidades esportivas. Parcerias tradicionais e promíscuas, entre empresários e servidores públicos, empostos- chave, poderão ser retomadas, sob novos formatos organizacionais, gerando riscos de graves conflitos de interesses éticos e, lamen- tavelmente, de corrupção propriamente dita. ES PM GENTIL CHOJI NISHIOKA Prof. da ESPM e sócio da Business Planning.

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