Revista da ESPM MAI-JUN_2008

101 MAIO / JUNHO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Jorge Fornari Gomes ESBARRANDO NA CABALA Diferentemente de outros temas religiosos e místicos, não foi preci- so forjar pontos de convergências para aproximar a Cabala de nossa realidade de gestão de pessoas. Eles apareceram num insigth de fácil assimilação. Ambas se constituem em ferramen- tas culturais para moldar compor- tamentos e atitudes visando um ser humano melhor . É surpreendente como princípios de desenvolvimento humanísticos pudessem existir há tanto tempo. Para não errar (muito), o foco se dirige à especulação intelectual, à perspectiva empresarial, deixando de lado ou resvalando, levemente, nas noções mais enigmáticas, nas parábolas, na linguagem figurada, evitando o esoterismo e o idealismo mágico típicos da Cabala. Arranha- mos a superfície, mas acreditamos que mesmo assim temos muito a aprender. As observações que se seguem misturam pensamentos e princípios de ambas as correntes em pontos que convergem entre si. NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA E PERCEPÇÃO O processo de desenvolvimento pes- soal implica na capacidade de se am- pliar a visão pessoal sobre si mesmo. Os ensinamentos da cultura judaica são, neste caso, muito semelhantes à Janela de Johari usadas nos treina- mentos. Sãoquatrodimensõesdecons- ciência e percepção das realidades exterior e interior ao indivíduo. O Aparente do Aparente (Eu e você vemos as mesmas coisas) – Engloba o óbvio e o concreto, aquilo que eu sei e as demais pessoas também sabem ou podem saber de mim e da realidade. É o mundo material, o comportamento observável, os arte- fatos da cultura. Podemos vê-los, mas não necessariamente entender por que se manifestam dessa forma. Aqui residem as soluções técnicas, racio- nais e objetivas. É o mundo da lógica. Campo onde a ilusão do saber pode gerar muito calor e pouca luz. Onde há o risco do excesso de pragmatismo e do simplismo , de achar óbvias coisas que na verdade não o são. O Oculto do Aparente (Eu não vejo, mas você pode estar vendo) – É a dimensão onde as demais pessoas vêem ou podem ver coisas que eu não consigo ver. É onde o feedback desempenha um papel importante. É preciso que alguém me diga e traga informações para o meu aparente do aparente . O oculto é sutil. Percebe- se o contorno da terra, mas não dos oceanos. Por algum motivo não se consegue ver o aparente . É o mundo das parábolas, das metáforas, dos símbolos, onde uma idéia aparente nos leva a desvendar faces ocultas de outras, enriquecendo a percepção da realidade. É onde significado e sig- nificante se separam. A área do oculto do aparente precisa ser reduzida. Para tal, é preciso saber mais a respeito de si mesmo e sobre as sutilezas do aparente que regem a realidade, mas que se escondem. É preciso descobrir o espaço vazio em torno do problema por onde a solução transitará. O aparente do aparente nos induz a tra- balhar com os efeitos mais facilmente observáveis. É preciso buscar a causa- raiz. Nesta dimensãonada é essencial- O Aparente do Aparente (Eu e você vemos as mesmas coisas) O Oculto do Aparente (Eu não vejo, mas você pode estar vendo) Estrela do Ritual of the Hexagram (LHRP) A Estrela de Salomão é símbolo gráfico da identidade nacional judaica e tornou-se mais difundida quando os praticantes de Cabala da Europa o introduziram ao final da Idade Média. Ð

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