Revista da ESPM MAI-JUN_2008
106 R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2008 A cabala e o desenvolvimento de pessoal A cabala o desenvolvim nto de pessoal הלבק GEBURAH (Gue- vurá, Guevuráh, Din). Coragem e sabedoria para jul- gar. Severidade, firmeza e justiça. É preciso senso crítico apurado para ajudar a si mesmo e as demais pessoas. É a capacidade de julgamento que balanceia a justiça e a prudência. O autocontrole e o questionador dos impulsos. Estes conceitos não têm ligação com culpa ou pecado, os quais vêm da própria consciên- cia da pessoa. Julgamentos são situacionais, podendo ser válidos num contexto e não em outro. Tudo se baseia nos objetivos e nas intenções que sustentam o comportamento, a ação. Fluem em nós dois tipos de energia, uma voltada para a bondade e compaixão e a outra para o julga- mento. Faz parte do crescimento pessoal julgar com honestidade, imparcialidade e capacidade. A capacidade de se emitir um bom julgamento depende do conhe- cimento dos fatos, da ética, da moral. Isto exige discernimento para entendimento dos códigos e símbolos que nos tocam no cotidiano em cada situação. Não seremos um ser humano completo se não tivermos a capacidade e a coragem do julgamento. Julgar gera o desconforto do cresci- mento, tal como ser julgado de- manda responsabilidade para tirar das situações as aprendizagens decorrentes. Tendemos a associar sucesso e felicidade com a posse de bens materiais, mas essa não é a verdadeira felicidade na vida. CHESED (Chessed, Héssed). Coragem e sabedoria para doar a si mesmo. Bondade, benevo- lência, generosi- dade. Misericórdia, compaixão. Balanceia o rigor do castigo. Repre- senta o desejo de compartilhar incondicionalmente. Ato gratuito e espontâneo de bondade e amor. Generosidade sem preconceitos, extrema compaixão. Capacidade de separar os desejos das reais ne- cessidades humanas. O conceito é mais uma vez situacional. Sabedo- ria para oferecer, com responsabi- lidade, o que o outro precisa e pode consumir semdecair como recebido. O conceito está ligado ao fato de que Deus não espera nada, ele tem tudo, apenas dá. Dar está na essência da natureza humana. A única maneira de conseguirmos o que queremos e necessitamos é dando aos outros. Inclui também a intencionalidade do dar. Demanda que a ação seja adotada mesmo quando não se tem vontade de dar. Isto tudo transcende o mero ato de caridade. TEFERET (Tipareth, Tiphereth). A be- leza e a perfeição está no equilíbrio. Um mundo equili- brado é sinônimo de beleza e perfeição. Reconcilia o abaixo e o acima, o masculino e o feminino, o esquerdo e o direito, a bondade e a severidade. Junto com Chesed (Bondade) e Gevurah (Justiça) cria a harmonia. Trans- forma em beleza a sabedoria e o entendimento por meio da luz do conhecimento. É uma competência extremamente importante porque sintetiza e produz o equilíbrio da ação. Reduz o calor e aumenta a luz. É a manifestação do autocontrole por meio da sabedoria. É saber desistir da luta que não traz proveito. Deixar as coisas seguiremocurso, seminterferên- cia, quando esta é a melhor alterna- tiva. É continuar confiando, mesmo quando a situação é muito adversa. É continuar tentando quando se sente que vale a pena. É a sala do tribunal em nossa cabeça onde promotor e defesa buscam fatos para a melhor decisão. É o autocontrole, o equilíbrio que coloca no prumo o barco dragado pelo dogma insensato.Você não deve ser um carro sem freio. BINAH (Biná). Inte- ligência. Serenidade. Bom-senso. Conheci- mento responsável, maduro, objetivo e racional das coisas da realidade, livre das tendenciosi- dades e do preconceito. Base para o entendimento. É a lógica que define e inspira a energia e o movimento. O lado esquerdo do cérebro, onde funciona a razão, organizando o pen- samento de forma lógica e racional. O útero feminino que fecunda toda a potência humana, mas dentro do rigor, da ordem, da arte, da vida. A vida é estética e demanda respeito e observação das regras que definem seu rumo e forma. Pessoas desinfor- madas e desatualizadas correm os riscos do simplismo (simplificar o complexo), de confundir suposições com fatos, de prender-se a dogmas. Google Images
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