Revista da ESPM MAI-JUN_2008

MAIO / JUNHO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Andréa Sebben 113 tamentos xenófobos e racistas entre autóctones e estrangeiros nascem deste tipo de modelo educativo. Já o segundo modelo é centrado na transformação, nas respostas aber- tas, seja em planos subjetivos, seja em planos objetivos (nos RHs, cen- tros de treinamento, educação para o tempo livre, grupos operativos), no contínuo movimento dos fatores de aculturação. Para realizar respostas abertas precisamos ter coragem para realizar uma profunda mudança em nossa cultura empresarial, seja como sistema de transmissão cultural, seja como metodologia de reflexão e amadurecimento do sujeito. Por intermédio do Conselho Eu- ropeu, em seu setor de Cooperação ao Desenvolvimento Intercultural, definiu-se alguns objetivos da Educação Intercultural que entram conforme o trabalho operativo dos Psicólogos Interculturais dentro das empresas (Pisa, 2002): uma perspectiva comum, onde todos os povos estejam em diálogo tolerante, compreensivo e de valo- rização da diversidade. No Brasil, a Educação Intercultural vem aparecendo timidamente como uma ciência original e inovadora dentro das empresas por meio do Treinamento Intercultural, recurso esse, utilizado, até então, exclusiva- mente na Gestão de Expatriados. Mas grupos brasileiros que lidamcom seus parceiros árabes sem jamais saíremde dentro de seu escritório não merecem Treinamento Intercultural? A equipe que receberá uma comitiva japonesa por uma semana, na tentativa de estreitarem laços, não se beneficiaria das ferramentas da Educação Inter- cultural? E o que dizer da empresa brasileira em franca expansão em diferentes países, por que não semuni- ciar de conhecimentos interculturais? Porém, o etnocentrismo e o medo ao desconhecido nos leva a agir numa Muitos dos comportamentos xenófobos e racistas entre autóctones e estrangeiros nascem desse tipo de modelo educativo. v fornecer a cada pessoa horizontes de crescimento e autonomia no con- texto atual, para reforçar a atitude em situaçõesmulticulturais difíceis, repen- sando a construção e a transmissão cultural que vivemos diariamente; v considerar a cultura não como couraças de distanciamento, que impedem o crescimento pessoal/ profissional ou para serem vene- radas como santuários intocáveis – compreender a cultura (sua construção e transmissão), como processo vivo e dinâmico, relativo a cada grupo social, e passível de mudança e de preservação; v compreender os valores univer- sais e pessoais, os fundamentos culturais de cada povo, o respeito, o diálogo e o empenho necessários que torna possível pensar e viver a interculturalidade hoje, não com indiferença ou ignorância, com confusão ou submissão, mas como Ð Google Images Google Images

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