Revista da ESPM MAI-JUN_2008

R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2006 Sum ário EXECUTIVO UNIDADE E DIVERSIDADE − VIVA A DIFERENÇA! F RANCISCO G RACIOSO pág. 20 Quando o presidente Charles De Gaulle governou a França, num período crítico da nação, costumava queixar-se de que era impossível governar um país que tinha 387 tipos de queijo. Mas De Gaulle nunca investiu contra a diversi- dade cultural francesa, responsável, em última análise, por tantos queijos dife- rentes. Pelo contrário, como diz o autor, De Gaulle preferiu unir os franceses em torno de uma grande causa nacional, independente de suas diferenças. Oautor parte deste exemplo para defender a sua tese de que é preciso encontrar sempre o ponto de equilíbrio entre a unidade e a diversidade, nas sociedades e nas empresas. Em seguida, o artigo fala sobre a admi- nistração das diferenças, servindo-se do exemplo de Bernardinho, o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei masculino. O autor mostra como Bernardinho consegue tirar o melhor de cada atleta, harmoni- zando personalidades difíceis e obtendo magníficos resultados. Oautor refere-se tambémà eterna disputa entre os homens e a natureza. Deus con- tinua a fazer os homens diferentes entre si e estes se esmeram na tarefa de torná-los parecidos. O artigo cita o jurista Pontes de Miranda, quando diz que “os homens não nascem iguais, mas cabe à sociedade torná-los menos desiguais”. A DIVERSIDADE CULTURAL NAS ORGANIZAÇÕES – CONFLITO E CONVIVÊNCIA E NRIQUE S ARAVIA pág. 30 A intensidade e a velocidade dos fluxos internacionais cresceram nos últimos anos como conseqüência de fenômenos políticos – como o desaparecimento do Bloco Socialista –, econômicos – a enorme liquidez internacional e o estabelecimento de um sistema finan- ceiro e tecnológico sem fronteiras – e a difusão e aperfeiçoamento dos meios informáticos e de telecomunicação. O sistema comercial tende, também, à internacionalização. Nesse contexto, as variáveis culturais podem funcionar como obstáculos ou como facilitadoras no desempenho geral das organizações e, principalmente, nos entendimentos necessários para chegar a acordos. A idéia central deste artigo é discutir as relações entre empresas e outras organizações a partir das diferentes bases culturais envolvidas, bem como as variáveis multiculturais presentes nas organizações e nas relações inter- organizacionais, evidenciadas pela convivência entre indivíduos, grupos, organizações e sociedades. Particular ênfase é dada às características cul- turais de empresas e empresários e executivos brasileiros. PENSANDO A DIVERSIDADE A PARTIR DA RESPONSABILIDADE L ETÍCIA V ELOSO pág. 40 O artigo aborda a incorporação da idéia de diversidade pelas empresas a partir da responsabilidade socioambi- ental. Considerando duas formas de responsabilização por parte das em- presas – programas de inclusão social e projetos de valorização da diversidade cultural e ambiental brasileira –, sugere- se que pensar a diversidade e seu papel no fazer organizacional é fundamental para se entender o movimento em prol da responsabilidade socioambiental. Da mesma forma, também se pode pensar a responsabilidade a partir da ótica da diversidade. Em última análise, o artigo propõe que se compreenda o fenômeno da responsabilidade (social e ambiental) por parte das empresas, principalmente tal como vem se desen- volvendo no Brasil, como uma crescente preocupação em valorizar, aceitar e incorporar a diversidade em suas mais variadas formas. MONTEIRO LOBATO ÀS VOLTAS COM SEUS FANTASMAS H UMBERTO M ARINI F ILHO pág. 58 Enquanto suas histórias infantis con- tinuam populares, fala -se menos sobre o intelectual engajado na descoberta de uma identidade brasileira e na luta pela soberania nacional. Personalidade inquieta e contraditória , Lobato desta- cava-se pela verve com que defendia os interesses do País, mesmo quando isso incomodava figuras do cenário político e ia na contra-mão das idéias domi- nantes em sua época. Conservador de um lado e liberal de outro, combinava ideais monarquistas com a defesa da iniciativa privada enquanto alavanca da atividade econômica, esperando que, assim, o Brasil saísse do atraso em que se encontrava. Jeca Tatu retrata o tra- balhador rural oprimido e abandonado, que Lobato desejava ver substituído por um brasileiro altivo, de cabeça erguida, vencedor. O autor busca mostrar como Monteiro Lobato atrelou, à construção da identidade nacional, a realização da sua própria identidade, argumentan- do que o sucesso literário do escritor teve, como contraponto, sua frustração política em ver um Brasil aquém do seu potencial de realização. TECNOLOGIAS COMUNICATIVAS, ESFERA PÚBLICA E MÍDIAS NATIVAS M ASSIMO D I F ELICE pág. 70 A tecnologia altera profundamente a maneira como enxergarmos o mundo à nossa volta. Partindo desta premissa, 126 I A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2008

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