Revista da ESPM MAI-JUN_2008

Viva a diferença! inovadoras que, no entanto, não conseguem dar continuidade a seus esforços e projetos. Consciente ou inconscientemente, as instituições em sociedades humanas procuram sempre aliar as qualidades dos dois lados, buscando sempre o ponto de equilíbrio ideal. Quando esse ponto de equilíbrio não é encontrado, a sociedade peca pelo exagero do pragmatismo ou da ebulição cria- tiva. Comparando o renascimento italiano com a sociedade teocrática que se instalou na Suíça, na Idade Média, o historiador H. G. Wells escreveu certa vez: “na Florença dos Médicis durante 50 anos, o clima foi de intriga, disputas, inquietação e injustiça. E o resultado foi o renas- cimento europeu. Na Suíça, durante 500 anos, sucederam-se governos preocupados com a ordem, justiça e tranquilidade social, resultando em quê? No relógio Cuco”. A crítica de Wells aos suíços pode parecer injusta, mesmo porque os Médicis florentinos logo desaparece- ram, mergulhados em um mar de lodo. Mas a comparação procede. Em ambos os casos, a sociedade foi incapaz de encontrar o seu ponto de equilíbrio. Como veremos mais adiante, isto vale não apenas para as nações, mas também para as empre- sas e até mesmo para as famílias. UNIDADE E DIVERSIDADE NAS EMPRESAS O general Charles De Gaulle cos- tumava queixar-se da impossibi- lidade de governar um país como a França, onde há 387 tipos de queijos diferentes. Mas ele nunca tentou atacar a pluralidade cultural francesa que, em última análise, H. G. Wells escreveu certa vez: “na Florença dos Médicis durante 50 anos, o clima foi de intriga, disputas, inquietação e injustiça. E o resultado foi o renascimento europeu. Na Suíça, durante 500 anos sucederam-se gover- nos preocupados com a ordem, justiça e tranqüilidade social, resultando em quê? No relógio Cuco”. LORENZO DE MÉDICI Os povos celtas habitavam boa parte da Europa Ocidental. Eram povos dotados de imagi- nação criativa, amor à família e ao trabalho, porém briguentos, emotivos e incapazes de formar uniões políticas duradouras. A crítica de Wells aos suíços pode parecer injusta, mesmo porque os Médicis florentinos logo desapa- receram, mergulhados em um mar de lodo. Google images:Túmulo dos Medici Google images: Retrato

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