Revista da ESPM MAI-JUN_2008

32 R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2008 A diversidade cultural nas organizações marcantes entre as diversas regiões do país, o que permite diferenciar uma cultura “baiana”, diferente de uma cultura “gaúcha”, ou “mineira”, ou “pernambucana”, ou “paraense”, ou “carioca”, ou “paulista” e assim por diante. É um fenômeno parcialmente semelhante ao das culturas sub-regio- nais francesas (bretã, basca, provençal etc.) e de outros países. Em outro grau de abrangência, en- contramos diferentes culturas decor- rentes das procedências étnicas 5 dos habitantes. NoBrasil, país que recebeu grandes contingentes imigratórios ao longo da sua história recente, encon- tram-se grupos que detêm valores e tradições próprios das suas origens germânicas, portuguesas, espanholas, italianas, polonesas, ucranianas etc., traços de outras religiões numa es- pécie de particular sincretismo. As religiões afro-brasileiras sofreram discriminação e perseguição durante logo tempo; ultimamente houve vários casos de intolerância com esses cultos por parte de adeptos de algumas igrejas evangélicas. O idioma é outro fato gerador de identidade cultural. No Brasil, a quase totalidade da população fala e se comunica na língua portuguesa, mas existem pequenos grupos que usam preferentemente idiomas indígenas ou dialetos europeus. Para alguns autores, o gênero provoca culturas específicas. Acredito, no en- tanto, que homens e mulheres, per- tencentes a um mesmo grupo social, detêm valores, tradições e comporta- mentos semelhantes. Podem existir, sim, culturas específicas decorrentes de outras orientações sexuais. Outro grau de abrangência é o de geração . Os conflitos entre gerações são tão antigos como a história hu- mana. As divergências entre pais e filhos são amanifestaçãomais comum Há muitas cidades das regiões que tiveram maior impacto imigratório onde ainda se utiliza a língua ou dialeto dos ascendentes.Trata-se – com exceção dos indígenas – dos grupos que Darcy Ribeiro (1998) denomina de “povos transplantados”. bem como árabes e judaicas. Existe um grupo numeroso e influente de ascendência japonesa, assim como descendentes dos povos indígenas originários e dos africanos vindos na época do tráfico de escravos. Mesmo que todos se considerem brasileiros e compartilhem muitos elementos da identidade nacional, cada grupo conserva tradições, comportamentos e valores específicos da formação do grupo ao qual pertencem. Há muitas cidades das regiões que tiveram maior impacto imigratório onde ainda se utiliza a língua ou dialeto dos ascendentes.Trata-se – comexce- ção dos indígenas – dos grupos que Darcy Ribeiro (1998) denomina de “povos transplantados”. Umelemento que tambémdetermina diferenças culturais é a religião . No Brasil há uma ampla base cultural católica, mas existem prosélitos de outras tradições religiosas, princi- palmente evangélicos, espíritas e ob- servantes dos cultos afro-brasileiros, bem como judeus e budistas. Isto, em geral, não gera diferenças profundas, devido, principalmente, à tradicional capacidade brasileira para assimilar Google Images

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