Revista da ESPM MAI-JUN_2008

37 MAIO / JUNHO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Enrique Saravia terminou critérios comparativos para estabelecer graus de diferença em empresas do mundo inteiro 11 . Esses critérios são: a distância hierárquica, o espírito coletivo vs. o individualismo, masculinidade vs. feminilidade e a proteção contra a insegurança. ELES PODEM SER VERIFICADOS: 1) nas distâncias hierárquicas , isto é, na forma em que são visualizadas ou vivenciadas as distâncias entre superiores e subordinados bemcomo o grau e os limites da intimidade que podem surgir como conseqüência do convívio no trabalho. Outra medida importante dessa distância é o temor reverencial e a possibilidade real ou imaginada de formular críticas objetivas ou, inclusive, de indicar erros – mesmo aqueles que podem prejudicar seriamente a produção. 2) nos estilos de mando , ou seja, na forma em que o poder é exercido. A predominância do autoritarismo, do estilodemocráticoedoestilo liberal nas relaçõesdemando,mostracomoéexer- cida tradicionalmenteaautoridade.Um elementoque surpreende os executivos quemudamdepaíséanecessidadeoua inconveniênciade semostrar autoritário para ser respeitado e obedecido. 3) nas formas de delegação do po- der , ou, em outras palavras, a existên- cia ou não de verdadeira delegação, com cessão da responsabilidade e com confiança no subordinado. 4) nos estilos de tomada de decisões , isto é, as formas e alcances das análises políticas – de conveniência, de oportunidade, de manutenção da autoridade e do poder, de satisfação aos diversos “públicos” envolvidos- prévios à tomada de decisões. Outro elemento sintomático é a forma de que se revestem as decisões e a forma em que são comunicadas, bem como o grau de participação do grupo e a importância a ela outorgada. 5) na comunicação e nos fluxos de in- formação , ou seja, os estilos e o com- portamento emmatéria de transmissão de informação, bem como o grau de acesso consentido, a cada nível ge- rencial, a respeito das informações da organização. É importante, também, observar a existência e extensão do “sigilo” nas informações. 6) na gestão do pessoal, especial- mente no que concerne à forma em que o pessoal é tratado, bem como o grau de cumprimento real da legis- lação trabalhista. É bom observar, também, a existência de instâncias de satisfação do empregado e se há preocupação em manter o res- peito à personalidade individual do empregado. 7) na ética nos negócios e no traba- lho , isto é, o conjunto de valores que orientam o comportamento geral e organizacional. É interessante observar como osmesmos valores são vivencia- dos de forma diversa por cada cultura que lhes outorga, até, significados e conteúdos diferentes. 8) nos controles, ou seja, a existência e forma de exercício dos controles, o grau de confiança efetivamente existente e a existência e alcances do autocontrole e a importância que lhe é concedida. 9) nos rituais e mitos institucionais. Os rituais são práticas que decorrem CULTURAS ELEMENTOS JAPONESA NORTE-AMERICANA AMÉRICA LATINA (exceto Brasil) EMOÇÕES Valiosas mas devem esconder-se. Não têm valor: “tem que deixar na porta” Muito válidas. Estão muito presentes durante a negociação que pode pegar fogo. Jogos sutis de poder. Procura- se a conciliação. Recurso constante ao jogo de forças. Procura-se o litígio mais do que a concessão. Tem que mostrar força. O jogo de forças é utilizado com frequên- cia. Tem que ser muito mais forte que os outros. Tem de vencer. São tomadas em grupo. O grupo prepara o trabalho dos decisores. Decisões são adotadas pelos delegados. COMPORTA- MENTO SOCIAL Tem que salvar a cara. Algumas decisões são adotadas para que ninguém fique diminuído. As decisões baseiam-se na relação custo-benefício. Salvar a cara não é o mais importante. Tem que salvar a cara a qualquer custo. É uma questão de honra e dignidade. PERSUASÃO Pouco demonstra- tivo. Calmo quan- do tem razão. Res- peitoso e paciente. Valoriza a modés- tia e ponderação. Sempre demonstrativo, seja no verdadeiro como no falso. Não se envolve pessoalmente. Permanece concreto. Passional, emotivo. Zanga-se facilmente. Prefere os debates calorosos. Adaptado de Cassé e Deol, 1987. Ð

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