Revista da ESPM MAI-JUN_2008

92 R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2008 Pluralidade histórica do Ser MartinHeidegger. EéaHeidegger, justa- mente, que recorroparaestabelecer um critério geral que me permita distinguir o que é filosofia do que não é. Para sê- lo, é necessário envolver uma reflexão projetual acerca da vida, que leve em contaa relaçãoda teoriacomapráticae comaexistênciaconcretado indivíduo. Se uma disciplina humanística não fala de projeto e eu não entendo aonde ela me leva, então não é filosofia. Fenomenologia, pós-positivismo, filoso- fia analítica: muitas são as rubricas dentre as quais se dividem os filósofos da atualidade, os quais ainda crêem, em grande parte, na necessidade de se descrever a realidade de forma ob- jetiva e autêntica – ainda que isto vá na contramão de muitas teses caras à filosofianosúltimos séculos.Umadelas afirma, justamente, que toda tentativa de descrição da “realidade” pressupõe pontos de vista e interesses particulares. Isto requer distinguir o que é filosofia do que seria mera descrição, e filosofia descritiva ainda não é filosofia. O itinerário filosófico que proponho aqui traça um caminho que vai do pensamento fraco ao pensamento dos fracos . A expressão “o pensamento fraco” (do italino, il pensiero debole) pode provocar mal-entendidos, pois soa como uma crítica àquele que seria supostamente um pensamento carente de vigor, debilitado, frágil – o que não é o que quero dizer. O pensamento fraco designa a filosofia introduzida por mimna Itália, junto comoutros colegas filósofos, e que se expandiu ganhando adeptos em outros países, como o fale- cidoRichardRorty, dos EUA.Afilosofia do pensamento fraco se desenvolve a partir das filosofias de Nietzsche e Heidegger, na tentativa de pensar a emancipação dos homens em função doenfraquecimentodasestruturas fortes do pensamento, das leis, da realidade etc. Seriaumafilosofiaquebuscapensar a emancipação humana em relação aos pensamentos, idéias, conteúdos, categorias e valores que, durante muito Toda tentativa de descrição da “realidade” pressupõe pontos de vista e interesses particulares. A expressão “o pensamento fraco” (do italiano, il pensiero debole) pode pro- vocar mal-entendidos, pois soa como uma crítica àquele que seria supos- tamente um pensamento carente de vigor, debilitado, frágil. Google Images

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