Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

Mesa- Redonda 112 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2008 isso para 100 milhões e propiciar que haja os diferentes tipos de turismo para todos os segmentos da sociedade. O preço do turismo é muito alto hoje, comparado com o poder aquisitivo médio da sociedade.Temos a proposta de reduzir 50%da gestão – tributação, luz, energia, água, comunicação – e transformar esse benefício de reduzir custo para baixar o preço do turismo ao consumidor, porque tem de baixar o preço. Agora a entidade coordena- dora, que no caso é a Confederação Nacional do Turismo, já está no formato pronto para ser definida nos próximosmeses nos tribunais superio- res e aí vamos buscar essa união. O nosso trade pode ser criticado de falta de união, regionalismo, as diferenças do setor público e privado, a falta de segurança, a questão do transporte no Brasil; nós temos mil entraves ao turismo para todos num país conti- nental com tudo isso a que assistimos nesses últimos tempos. Mas turismo é turismo, comércio é comércio. GRACIOSO – Gostaria de que o Toni falasse de um setor determi- nado, num contexto recentemente definido e que deve interessar a todos: o turismo de negócios. TONI – Eu souotimista e estamos numa faseótima,principalmenteemSãoPaulo. Oturismodenegócioestácrescendoeo turismonacidadedeSãoPaulotambém. A taxa de ocupação hoteleira – que é o nosso principal indicador –, de 55% em 2004, hoje está em67%. A vinda da ho- telariaeconômicaparaSãoPaulofacilitou a vinda de mais pessoas para fazer com- pras, cuidar da saúde e para visitar ami- gos. A ponto de o Salão doAutomóvel e aFórmula1acabaremlevandohóspedes para ficar em Jundiaí, São Bernardo, São Caetano, por nãohaver hotéis suficientes emSão Paulo. Mas um lugar, umdestino sóébomquandoébomparaseushabitan- tes. E aí não adiantam grandes esforços para trazer turistas internacionais para cá,quandooprópriobrasileiroaindanão conheceoBrasil.Oturismo funcionaum pouco como Tostines: vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais? Há a necessidade de treinar todo mundo para vender bem o turista ou há necessidade de gerar turista que aomesmo tempo se comece a gerar treinamento e capacitação das pessoas? É umnegócio que não pára. No caso de São Paulo, até fizemos aquele cubo em quesebrincacomascores,colocamosos logotiposde todasasentidadesnacionais deSãoPaulo,eaícomeçamosadebatera importância de tudo estar encaixado. Oque não falta são entidades, em São Paulo. No nosso caso, fazemos muitas parcerias, e estabelecemos muitos relacionamentos, por meio disso. JRWP – Você citou dois eventos que são basicamente de lazer: Fórmula 1 e Salão do Automóvel, embora haja negócios envolvidos. TONI – As empresas descobriram uma tremendaoportunidadede fazermarke- ting de relacionamento. Fórmula 1 hoje é muito mais business do que lazer. A hora em que uma empresa fecha um camarote e leva o cliente lá, a Fórmula 1 torna-se apenas um pretexto de bons relacionamentos e fazer negócios. O Salão do Automóvel também. Os lançamentos, a cadeia do turismo, que oCaco falou, seenvolvempontaaponta nesse negócio e aí todos se beneficiam, desdeomontador deestandes àmodelo que participa... JRWP – Nessa ótica você pode con- siderar o próprio carnaval, tanto do Rio como de São Paulo, negócio e relacionamento. TONI – Sem dúvida. Em São Paulo, nós apoiamos a Mocidade Alegre com o slogan “São Paulo é tudo de bom”. Eles levaram para avenida tudo de São “O TURISMO EXIGE A ARTICULAÇÃO DE UMA REDE MUITO PULVERIZADA.”

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