Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

Turismo, lazer e gastronomia 113 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Ð Paulo, cada carro alegórico contando uma história de São Paulo, história atual: o que é a gastronomia de São Paulo, o que é a hotelaria, o delivery de São Paulo... E os convidados foram empresas associadas que estavam lá participando do carnaval, mobili- zando-se pela causa. Nós acabamos transformando São Paulo – o turismo de negócio – em um tempero de lazer, que é o grande trabalho que fazemos com a EditoraAbril como “Fique mais um dia”: quer dizer, “venha para São Paulo, mas aproveite também e utilize o lazer”.Não trabalhar SãoPaulocomo lazer; o lazer é a conseqüência para o turista que já está aqui. CACO – SãoPauloéomaior destinode turismo no Brasil – é sempre bom lem- brar isso, do turismo como um todo. Quando se propõe que esse turista fique mais um dia ou, emmédia, mais meio dia, isso pode significar cerca de quatro bilhões de reais por ano. JRWP – Haja pizza! TONI – São Paulo é uma pizza para ser degustada aos pedaços. JRWP – Deixe-me fazer uma pergunta de leigo: seo turismoé externo, ocama- rada vem do Japão ou dos Estados Uni- dos ouda Europa e trazpara cádinheiro novo, o PIB cresce. No interno, não. TONI – Lembre-se de que o esforço de trazer, às vezes, émuitomaior doque o resultado. Por exemplo, o esforço para fomentar o restaurante do hotel é tão maior do que aquele restaurante vai ter de resultado de receita final, que nem sempre vale a pena criar uma grande campanhaparao restaurante. Sedobrar a verba da Embratur para trabalhar lá fora, não necessariamente vai trazer o dobro de pessoas para conhecer o Brasil, até porque temos um oceano entre o nosso país e o grande mercado consumidor que é o europeu. Pode valer mais a pena – se tiver de fazer um esforço de trazer dinheiro externo para cá – trabalhar a América Latina: Argentina, Chile, Colômbia. GRACIOSO – Você disse uma grande verdade. Nós sonhamos comamerica- nos, alemães,mas hámilhares de para- guaios, chilenos, uruguaios, argentinos, que seria mais fácil de trazer para cá. MÁRIO – Colaborando com o que o Toni falou. Eu faço parte, também, do SalvadorConventionBureau,mascertas coisasqueacontecememSãoPaulonão acontecem lá – embora eu afirme que os conventions bureaus do Brasil são das poucas entidades que têm feito um trabalhomaravilhoso, e têmcontribuído muito para a economia local. GRACIOSO – Como é que surgiram? MÁRIO – Creio que surgiram de uma deficiência dos organismos de turismo das capitais, corrijam-me se eu estiver errado. TONI –Foi emDetroit, nos EstadosUni- dos, um jornalista – Milton Carmichael – publicou um artigo desafiando os empresários locais a unirem-se para promover o turismo e os negócios da cidade de uma forma ordenada. Ele foi tão persuasivo que conseguiu que fun- dassemoprimeiro,em1896:TheDetroit Convention & Businessmen’s League. No Brasil, o de São Paulo foi o primeiro – fundado há apenas 25 anos. MÁRIO – Eles têm colaborado muito, têm até uma federação brasileira, que também tem participado de eventos internacionais em parceria com a Embratur. Falando só de negócios, eu estava vendo aqui: negócios, eventos e convenções, naestatísticadoMinistério do Turismo, São Paulo foi responsável por 51,3% e o Rio de Janeiro ficou em segundo lugar com 22,9%. GRACIOSO – Também não é pouco. MÁRIO – Para esse segmento, ainda temos problemas em diversas cidades e capitais do Brasil, porque não basta apenas a hotelaria. Em Salvador, que é o terceiro ou quarto destino brasileiro, é inadmissível que não existam boas casas de espetáculo. As empresas que querem fazer incentivo em Salvador têmdemontar estruturas paraos pós ou pré-eventos, então issodificulta tudo.O fato de São Paulo ser o “hub” é porque temtodos os equipamentos, temlazer... imagine se tivesse praia... NELSON – Queria aproveitar esse momento raro em que vislumbramos que oTurismo possa ser a bola da vez, e possa ser no Brasil, porque já é no mundo. E por que ainda não no Brasil? Já foi dito que não há união; que não há uma entidade coordenadora; os conventions bureaus – dos quais me orgulhode ser umdos fundadores pelo nosso sindicato patronal – é um dos melhores exemplos que temos, para divulgar o Brasil lá fora, e funcionam muito melhor do que todos os inves- timentos dos ministérios, presente e passado.Euqueriafazerumincitamento, uma convocação à ESPMpara que seja parceira da iniciativa privada na ca- pacitação e formação da mão-de-obra. Emborabemordenadoosegmento,noto que nos faltamuito. Nós não temos diri- gentes preparados, não temos políticas de propaganda e marketing, acima de 3%ou 4%, no máximo, de um volume

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