Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

Turismo, lazer e gastronomia 115 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Ð de insistirmos nessa história de marca Brasil, oferecer de tudo para todos. Isso já foi e não funciona mais. TONI – O Paulo Salvador, que estava em Paris, veio para o Brasil para falar sobre as tendências de utilização de reservas de hotéis e canais de distribuição, e disse uma coisa in- teressante: o mercado está ficando bipolar. O turista é bipolar: ele pode ficar em um hotel 5 estrelas e comer umchurrasquinho grego, no botequim da esquina pelo prazer da experiên- cia; pode gastar uma fortuna em um belo restaurante, mas ficar num hotel econômico. Então já se começa a re- pensar um modelo de marketing que não émais o tradicional: da folheteria, da foto do hotel, do restaurante, do entretenimento. Há a necessidade de pessoas mais sofisticadas, que anali- sam o mercado, mais especializadas para entender as novas tendências. Para o Brasil, há uma vantagem: po- demos cortar caminhos. Uma coisa é investir em cima de formatação igual a tecnologia; investir no início é uma grande perda de tempo porque hoje se compra equipamento de última geração igualzinho ao que existe na Europa e nos Estados Unidos. Como perdemos tempo -por diversos fatores - hoje chegamos no destaque do lançamento do turismo nos produtos e produtos segmentados, de nicho, de uma forma mais rápida - basta ter ini- ciativa, grupos de trabalhos e formatar. Achoque oque acontece hoje nas em- presas – o Caco deve viver isso no seu dia-a-dia – é que há muita gente sem experiência, na área de marketing, com muita idéia na cabeça, mas que acaba fazendo o que acha “bacana”. Nosso modelo tem sido exemplo para outros conventions: nós o posi- cionamos como uma empresa como outra qualquer. Somos uma agência mercadológica, não uma entidade classista; uma entidade de mercado, tratando o mercado São Paulo para ser vendido. Aí fica mais fácil, porque se consegue ter mais parcerias, mais relacionamento e trazer pessoas para agregar valor e fazer material... Numa cidade como a nossa, criar mate- rial de turismo é um desafio, mas ele consegue ser embalado e encantado, dependendoda forma como se aborda e como se traz os parceiros. CACO – Estamos vivendo um proces- so de profissionalização forçada pela necessidade. A rede é muito grande... Há dez anos, no setor de hotéis, havia algumas instituições, algumas redes, iniciativas familiares, pouco pre- paradas para competição. O que aconteceu? Hoje temos hotéis de US$ 500, na cidade de São Paulo, e hotéis de US$ 20 ou US$ 30. Ou seja, tudo está sendo muito rápido. Não faz muito tempo, eram aquelas feiras das nações, em que a mulher do prefeito dava prêmios; havia um bumba-meu- boi... Issoestáacabando.Háumproces- so rápido de profissionalização. Queria contar um caso no qual participamos. Alguns de vocês devem conhecer o JosephChias, que fez todaacandidatura de Barcelona para as Olimpíadas. Ele trabalhou no plano do Brasil, a convite da Embratur, e o trabalho deu origem a uma série de pesquisas interessantes: o Brasil foi visto para fora do mercado externo, em 18 mercados potenciais, e em cima das expectativas dos turistas. Falandocomo publisher –nós editamos o Guia Brasil – começamos a trabalhar em cima dessas pesquisas junto com o marketing da Embratur, e produzimos noveguiasdiferentespara18mercados, não o mesmo guia em nove línguas: o japonêsquevemparacánãovai àpraia; aliás ele a evita. Tem um problema de preconceito social, com pessoas muito bronzeadas. Ele vem para ver o tuiuiú ou a catarata. No mercado chinês, a “UM FIM DE SEMANA EM ILHABELA CUSTA MIL DÓLARES.”

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