Revista da ESPM - MAR-ABR_2008
Mesa- Redonda 116 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2008 gente fez emmandarim continental, é mais ligado em ecoturismo, no outro a gente combinou... GRACIOSO – Parabéns, Caco, que trabalho fabuloso! CACO – Este é um trabalho de dois anos que vocês estão vendo em pri- meira mão, e será lançado agora em maio. Não adianta você pegar um guia em português, feito no Brasil, e querer vendê-lo em Portugal. Não, você tem de organizá-lo no modo de pensar do leitor português, e é amesma coisapara o italiano e assim por diante. Isso sem desmerecer asadministraçõesanteriores daEmbratur.Aliás, umdos gurus queeu tenho, oToni deve ter também, é oCaio de Carvalho – que também temos de admitir que estamos com um nível de profissionais muito bom em São Paulo – então é um trabalho que vem de lá e teve uma certa continuidade. No turis- mo, diferentemente de outras áreas, há umacoisabemdiplomática,mesmoem partidos ou orientações distintas traba- lhando juntas. Então, omarketing que o Brasil temdo turismohoje internacional écomodeveria ser?Resolve tudo?Claro que ainda não, mas está muito mais avançado do que já esteve. TONI – E há outro trabalho que aAbril fez customizada conosco. CACO – Que é essa tese do “fique mais um dia”; foi uma resposta de marketing dada com conteúdo, em conjunto comSão Paulo ou coma Em- bratur. Só que esse tipo de coisa é uma exceção. Quem é o administrador de destinos no Brasil? Geralmente são os Estados. O mais destacado, acho, é o marketing de Turismo da Bahia, com toda a criação do Paulo Gaudenzi; Santa Catarina desponta; começa a haver alguma coisa emRecife; também Fortaleza está voltando... Creio que há boas oportunidades para a ESPM, não só nessa área – porque a ESPM é muito conhecida por Comunicação e Publicidade, mas também tem um curso fantástico de Administração. Outrodia, emumdebateemqueestava o nosso amigo Alexandre Zubaran, presidente daAssociação dos Resorts e deSauípe, eondehaviapessoas daárea acadêmica de turismo, ele falava algo assim: “As faculdades hoje entregam umprofissional que pode ser bompara fazer umroteiro, por exemplo,mas não vejo esse profissional de turismo com um grau”. No caso, ele se referia a um grau de conhecimento administrativo para fazer o negócio dele andar. JRWP – Planejamento, negócio... CACO – Não é uma crítica às outras escolas, mas talvez o enfoque não tenha sido muito bem colocado. GRACIOSO – Sabe por quê, Caco? Porque isso pressupõe uma formação de nível de pós-graduação. Não é um curso de graduação que vai dar isso ao jovem. E, de fato, falta pós-graduação emTurismo no Brasil. CACO – Sobre a pergunta que o JR fez, a respeito do PIB, não sendo economista, sou levado a achar que o PIB, a rigor, não mudaria quantitativamente, mas sim qualita- tivamente, se é que isso existe... Dez reais que forem para extrativismo e commodity são diferentes de dez reais que forem para a economia de serviço, porque a economia de serviço produz conhecimento e é isso que distribuímos. GRACIOSO – O efeito multiplicador. CACO –Veja o caso da Itália, um país que está preparadíssimo para o turista. Ele trata bem o estrangeiro? O italiano foi condicionado para isso. O bra- sileiro, que lê o nosso guia Fim de Se- mana, gasta meio tanque, vai para Itu, e gasta lá, no Restaurante do Alemão, alguma coisa, ele está qualificando o restaurante do alemão para o turista alemãoquevier paracá.Nesse sentido, o crescimento do PIB interno cria uma economia muito mais rica. JRWP – Gostaria que o Nelson falasse um pouco do enfoque Brasil. NELSON –Estamos avançandodeuma forma que está superando as minhas expectativas. Falomuitoespecialmente do exemplo da capital gastronômica de São Paulo, commais de 12milhões de habitantes, e que nós da cidade e o ConventionBureau,comgrandepartici- pação, conseguimos o título, em1997, de capital mundial da gastronomia, ao lado de outras grandes capitais como Paris, Roma,Madri, Lisboaetc.Mas São Paulo será sempre esse grande tutor e exemplo de laboratório para o Brasil, sem dúvida nenhuma. Porém, para que possamos pensar em ummodelo, para a ESPM, de profissionalização e capacitação gerencial moderna em colaboração comas entidades do setor do turismo, não podemos esquecer de que a capital de São Paulo é apenas um terço do Estado; dois terços são do interior. E ainda temos as cinco regiões do Brasil. Nosso sistema CNTur/Abresi é nacional. Já se falou, no passado, que o Brasil deveria ter cinco salários mínimos. Na gestão empresarial, tam- bém precisaríamos olhar a questão da legislação trabalhista com foco para as cinco regiões. Nós, doTurismo, quere- mos dar o exemplo. Mesmo tomando por base o Estado de São Paulo, temos
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