Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

27 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Belarmino Iglesias não há mais strogonoff, nem camarão com catupiry. Há mais grelhados, menos sal, pães mais integrais, menos fermento, então se vai criando uma cozinha mais saudável. Essa é a tendência. GRACIOSO – Sem muito alarde. BELARMINO – Exatamente.Você vai atendendo às expectativas, seguindo as tendências. Eu sou, basicamente, um homem voltado para os clientes, um homem de marketing, minha formação é essa. Então, acho que o grande desafio do homem de mar- keting é sempre estar à frente do seu tempo e se colocar no lugar do con- sumidor. Temos 1 milhão e 300 mil clientes em seis operações, então te- mos um bom material para trabalhar – as pesquisas que são feitas, os pro- blemas que temos, as reclamações, o feedback – estamos atentos a isso. Voltando especificamente à questão “como a marca agüentou”, eu diria que foi atendendo ao que o con- sumidor quer. Se ele sai satisfeito, eu tenho chance de perpetuar. Para mim não valem os 50 anos, valem os últimos 50 minutos. Esta é uma indústria que nasce e morre todo o dia, não temos um dia igual ao outro. Eu preciso ter um sistema de trabalho, porque entendo o restaurante como uma grande indústria de logística, já que temos 1.350 itens de compra e todos os dias tem de ter a carne, não pode faltar ovo, não pode faltar água. Eu preciso tratar de não interferir muito no produto. O produto, aqui, é rei, eu sou de uma cozinha sem disfarces. Tenho de não estragá-la. Tenho todo umesforço de seleção, de compra, de genética, de manuseio, transporte. Se, na hora de pôr na grelha, na chapa, na frigideira ou no forno, não estragá-lo, eu já avancei 50%. O resto eu tenho de fazer com serviço e com o mix preço. Se eu consigo tudo isso, atendi ao cliente. Ouso da propaganda no nosso negó- cio é perigoso porque pode... GRACIOSO – Tem de usar de muita cautela... BELARMINO – Sim, porque podem pensar: está vazio e precisa, ou o que estáacontecendocomessepessoal? En- tão, procuramos nos posicionar deuma forma divertida, uma forma alegre. Há momentos em que você faz algo “beirando” promoção – eu não mexo com preço, não “dou 50% de desconto”. Mas posso oferecer “venha que você ganha uma garrafa de vinho, ou bolo e champagne por nossa conta porque hoje você com- pleta 60 anos”, e assim vai. Ð Redação: Henrique Abreu e Direção de Arte: Felipe Perles “PROPAGANDA NO NOSSO NEGÓCIO É PERIGOSO.”

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