Revista da ESPM - MAR-ABR_2008
32 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2008 JRWP – Vocês têm idéia de quanto ainda podem crescer e se devem ou não crescer? BELARMINO – Acho que podemos crescer muito. E, essa angústia, tenho todos os dias. GRAC IOSO – Acho qu e h á grandes cidades, no Brasil, que me r e c e r i am um r e s t au r an t e como o seu. BELARMINO – Poderíamos dobrar de tamanho, no Brasil, sem muito esforço econômico; porque o mais barato para um restaurante são as instalações - e o crédito está aí -, ainda mais nós que tratamos de ter as coisas superpadronizadas. Mas o difícil é manter o controle de qualidade e desenvolver o capital humano. GRACIOSO – Entre São Paulo e Buenos Aires, qual a melhor cidade para viver e, acima de tudo, para ter um restaurante? BELARMINO – São Paulo. Omerca- do de São Paulo é fantástico. Porque o cliente brasileiro é uma dádiva, o empregado, os nossos dois públicos - o externo e o interno - são dois clientes maravilhosos, porque o que preciso é de gente para operar. Brasileiro não tem igual, brasileiro está dando um show no mundo, em serviços. Eu tenho o melhor serviço de Buenos Aires hoje, e o melhor de Madri. Falo isso sem soberba porque é verdade. JRWP – Você tem brasileiros lá? BELARMINO – Em Madri, nesse momento, são 80. Já levei 120 e 40 já foram para a concorrência - sou uma grande máquina de vistos. Em Buenos Aires, tenho menos, porque o argentino foi de mais fácil adaptação, mas todos os postos de comando em Buenos Aires são brasileiros. São Paulo é ummercado de 18 milhões de pessoas, mas é só o potencial econômico, senão eu iria para o México ou para Tóquio. O cliente brasileiro é muito bom, o paulistano é maleável. Isso aqui, se não fosse a violência, seria maravi- lhoso. Morei dois anos e meio na Espanha. Para viver, talvez, prefe- risse a Espanha, mas, se tenho de unir trabalho e pôr numa balança, esta é minha cidade. GRACIOSO – Dos clientes de São Paulo, há muitos estrangeiros? BELARMINO – Nos Rubaiyats, 10%; no Figueira, cerca de 1/3. O Figueira, na realidade, é um cartão- postal da cidade... GRACIOSO – Você já saiu no New York Times . BELARMINO – Somos mais famosos com os oito anos de Figueira do que com os 50 de Rubaiyat. Impressio- nante. Ainda bem que é uma marca Rubaiyat, também. “TEMOS 1 MILHÃO E 300 MIL CLIENTES EM SEIS OPERAÇÕES.” Foto: Guia da Semana - 2006/2007 - GASTRONOMIA Entrevista
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