Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

43 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Bianca Freire-Medeiros assim que surgiu o passeio na favela: da curiosidade de um grupo... As pessoas foram comprando a idéia, a idéia foi crescendo, aumentando, tomando forma. E foi crescendo por si só; não foi nada programado, simplesmente foi surgindo de forma gradativa ao longo dos anos...” Hoje, pelo menos sete agências com cadastro na RioTur atuam na locali- dade, mas há também um circuito bastante intenso, porém informal, de turistas ciceroneados por taxistas e guias particulares. Cada agência cobra por volta de U$35,00 por um passeio que dura de três a qua- tro horas. Compram-se os passeios individualmente ou em pacotes que combinam Rocinha com, por exemplo, Floresta da Tijuca. A Rocinha tornou-se a favela turística por excelência por “razões óbvias”, como argumentou um de meus en- trevistados. Detentora do título de “maior favela da América Latina”, “A Rocinha é uma atração turís- tica há um bom tempo. É impor- tante que seja incluída no Guia Oficial para que as excursões, o artesanato e outros atrativos sejam mais divulgados.” ( Globo Online , 20/09/06). A inclusão da Rocinha no circuito oficial da cidade deve ser vista como um reconhecimento tardio de uma prática que se tornara regular desde a Eco-92 (Rio Conference on Environment and Sustainable Development). Um dos agentes turísticos atuantes na Rocinha re- corda o processo, apontando para a espontaneidade da iniciativa: “Estávamos fazendo o passeio pela floresta da Tijuca e, na volta, estávamos passando por São Con- rado, onde os turistas tiveram a curiosidade de ver a favela. Na época estava tendo aquela coisa de segurança, carro blindado para todo lado, e os turistas filmaram, fotografaram. Entramos na favela, e surgiu todo o contraste entre o jipe com os turistas e os canhões apontando para as favelas. Aí foi legal, as agências compraram a coisa, que foi tomando forma. Foi Ð Foto: Egeu Laus Fotos:Acervo Favela Tour - Marcelo Armstrong / cortesia de clientes.