Revista da ESPM - MAR-ABR_2008
45 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Bianca Freire-Medeiros Visitas a creches às quais os turistas são incentivados a fazer doações são prática comum, assim como o alu- guel de lajes que funcionam como mirantes (a R$ 1,00 “por gringo”). Uma das agências é responsável pelo funcionamento de um projeto social, outra contribui com uma creche na Roupa Suja (uma das áreas mais precárias da Rocinha) e uma terceira desenvolve um programa O argumento de que o turismo na Rocinha tempor conseqüênciadeses- truturar a lógica que associa favela e violência aparece, como visto aci- ma, no projeto de lei da vereadora Lilian Sá e igualmente no discurso dos agentes, os quais afirmam, em uníssono, ser a cordialidade festiva de seus moradores um dos grandes atrativos da Rocinha: “queremos mostrar que a favela não é um lugar de formação de guias mirins. Para as demais, sua presença na favela não parece atrelada a nenhum tipo de obrigação financeira com a locali- dade. O dono de uma das agências com quem conversei resume: “Eu não sou nenhum agente so- cial da favela. Não é essa a minha função. Minha função é mostrar o que a favela realmente é para apagar aquela eventual imagem negativa que os turistas tenham e para promover a cidade também. É uma função que eu olho do ponto de vista patriótico, econômico para o país, porque melhora a imagem do país lá fora...”. Ð Fotos:Acervo Favela Tour - Marcelo Armstrong / cortesia de clientes. Fotos: Nat Friedman.
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