Revista da ESPM - MAR-ABR_2008
57 MARÇO / ABRIL DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Carlos Alberto Dória de2003, quandoficounadependência exclusivade investimentos estrangeiros; estes, por sua vez, concentrados em resorts para turistas europeus. Hoje, o governo calcula, segundo o seu Plano Nacional de Turismo , que os hotéis serão quase 23mil em 2010, produzindo 94 milhões de pernoites. Se “alojamento e alimentação” voltam a crescer com financiamento público, é natural que se espere uma maior competitividade, inclusive por se com- preender melhor como gastronomia e hotelaria se determinam, isto é, como o interesse gastronômico pode ser um reforçodas receitas hoteleiras edos des- tinos turísticos, ou mesmo motivação principal para viagens. No entanto, não se chegará a esse entendimento sem pesquisa e re- flexão. Enquanto os espanhóis, por exemplo, sabem perfeitamente que há uma relação direta entre gastronomia e aumento de fluxos turísticos, com investimentos públicos notáveis em desenvolvimento gastronômico, in- cluindo pesquisa e inovação, o nosso Plano Nacional de Turismo menciona umaúnica vez apalavra “gastronomia” e nenhuma vez a palavra “culinária”. Assim, para o governo brasileiro, esses assuntos têm o mesmo estatuto que a paisagem – são exteriores ao modelo de desenvolvimento adotado para o setor. Prova é que, como aponta um analista, “muitas cidades tidas como destino turístico não possuem sequer um restaurante classificado de acordo com critérios do Guia Quatro Rodas . Há diversas cidades, badaladas turisti- camente, que não oferecem gastrono- mia de destaque [...] até há bempouco tempoaprestigiadaeprocuradacidade de montanha Campos do Jordão, no O GOVERNO CALCULA, SEGUNDO O SEU PLANO NACIONAL DE TURISMO, QUE OS HOTÉIS SERÃO QUASE 23 MIL EM 2010 Valores em milhões de reais ENQUADRAMENTO PELO BNDES Alojamento e alimentação 300 250 200 150 100 50 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano Ð Google images
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