Revista da ESPM - MAR-ABR_2008

76 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2008 Mercado de Luxo Não há, em larga escala, o consumo voltado a destacar uma posição social, e sim para proporcionar algo que traga prazer, bem-estar, satisfações emocionais, sensoriais. A individualização dos gostos, comportamentos, usos e costumes constrói um novo perfil de consumo, onde a diferença se dá pelo prazer em consumir produtos e serviços que são únicos, construídos e for- matados segundo os desejos de uma pessoa ou de um pequeno grupo delas. Deixa de existir o apogeu pelo status, dando lugar ao prazer de ser eu mesmo, com um consumo particular, único, individual. A grande diferença se dá no con- sumo de serviços e produtos de luxo onde, segundo Lipovetsky, a busca pelo reconhecimento social não é a vocação maior na busca por marcas consagradas. O autor destaca que o prazer íntimo, que ele chama de “a imagem positiva de si para si”, este sim é o fator motivador na aquisição de tais marcas. Não que o foco em se destacar, em pertencer a uma elite não mais exista, mas está alicerçado no prazer em consumir o que não é comum, o que não é democrático, o que traz uma sensação única de prazer e realização. Quando esse fenômeno é consoli- dado em serviços que permeiam todos os sentidos do ser humano, como no lazer, na gastronomia e no turismo, os aspectos voltados a experiências únicas e sensoriais apontam para o constructo do sucesso. Ao convergir os três pilares apon- tados por Castarède ao conceito de hiperconsumo de Gilles Lipovets- ky, é possível tangenciar alguns dos motivos que têm permitido às empresas de turismo, gastronomia e lazer focadas no target classe A permanecerem no mercado. Mas residir em aspectos compor- tamentais à dinâmica que esse mercado apresenta, seria néscio. O componente mercadológico é merecedor de destaque, compondo o entendimento do que acontece nessa dimensão. Ao convergir os três pilares apontados por Castarède ao conceito de hiperconsumo de Gilles Lipovetsky, é possível tangenciar alguns dos motivos que têm permitido às empresas de turismo, gastronomia e lazer, focadas no target classe A, permanecerem no mercado. Foto: Manoel de Brito

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