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Mesa- Redonda 122 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2008 da moda, o que é fashion , e procuramos organizar essa in- formação que, muitas vezes, é aspiracional, mas, às vezes, é concreta: calça azul com- bina com camisa vermelha ou não, ponho o casaco, ponho o brinco, o cinto, que bolsa, que acessório. Tenta-se organizar isso de uma forma, muitas vezes, positiva, no sentido de que fa- cilita – chamamos de serviço – para a leitora, que os organiza. Ou seja, se eu quero ser assim ou assado, se quero pertencer a esse ou aquele grupo, tenho alguns modelos cada vez menos definitivos, menos estanques – e hoje já se faz isso de uma forma tão segmentada, que não é mais por idade ou por gênero, mas é por estilo de vida. Então há a moda das mulheres que se iden- tificam com Vida Simples , que é dos nossos títulos; a moda dos homens que se identificam com Playboy , que é diferente de Vip e diferente de Men’s Health e, nas três revistas, tem moda, vai ter motocicleta, vinho e tudo o mais. Você tem a moda das mu- lheres de classe C, voltadas para a família, que é a moda que sai na Ana Maria , que é diferente da moda da revista Viva Mais , que é uma mulher mais vaidosa, “A PESSOA VAI BUSCAR RECO- NHECIMENTO EM QUALQUER SETOR DA SUA VIDA.” mais autoindulgente que pensa mais nela e na carreira, que é outra moda, que, por sua vez, é diferente da moda da revista Claudia , que é diferente da moda da revista Nova . Então, nesse sentido, não sei se controlamos, mas interferimos e, de alguma maneira, editamos no sentido de facilitar a vida dessas mulheres – que são loucas por moda. JRWP – A Abril é uma empresa, uma instituição voltada para isso, vive disso, existe aí uma materialização do fenômeno. NIZIA – Vou fazer um link entre moda e estilo de vida, o que in- fluencia o quê. Sob esse aspecto, eu concordo com o Mário e com a Cláudia, que é uma mão e contra-mão – e queria lembrar que essa história do estilo de vida surgiu, tenho impressão, como importante nos anos 80, porque antes não havia essa consciência, nem das revistas nem do público. Acho que o importante nessa produção do estilo de vida ou da identidade de cada um ou da subjetividade, é também saber usar – a quali- dade está no usar o produto – e daí a publicidade cria narrativas fantásticas sobre a marca, até para manter a marca, porque a marca tem um peso antológico, é um esteio. Acho que essa im- portância do estilo de vida vem da sociedade da imagem, da so- ciedade do espetáculo que vem substituir os projetos modernos que eram a filosofia, os projetos e as políticas a longo prazo, marxismo. Tudo isso acabou, e aí vem a sociedade do espetáculo. O consumo e o estilo de vida estão crescendo em importância em todos os segmentos, cada um com a sua criatividade própria. JRWP – De qualquer maneira, o fato de o pós-moderno chamar-se pós-moderno não significa que seja o último. AMÁL IA – Há v i n t e e c i nco anos eu sou executiva, e – agora – emp r e s á r i a há do i s ano s . Lembro-me de uma pesquisa,

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