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Moda, mudança e opinião 132 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2008 MODA É VERDADE “Moda tem de ter verdade! Ela é o reflexo da sociedade e dos comportamentos, e não o con- trário! A pessoa deve sentir-se confortável com o que veste, e não se esforçar para ser ou vestir o que está em voga. Quando ela é verdadeira com ela mesma, ela sempre está na moda”. Caíto Maia FUNDADOR DA CHILLI BEANS MODA É PERSONALIDADE “Como disse McLuhan, ‘meio é mensagem’. A moda é meio que transmite uma atitude. Moda é personalidade, antes de tudo. Por isso, ela surge em microuni- versos para depois se tornar um hit . Quando se tem o endosso de uma grife, a moda fala através da marca, que já carrega um uni- verso de valores. Entre o ‘eu real’ e o ‘eu ideal’, existem marcas. Aí se fecha o ciclo comercial da moda. Eu quero usar porque vou ser. Eu sou porque uso.” Gal Barradas DIRETORA DE PLANEJAMENTO DA MPM PROPAGANDA MODA INTEGRA E DIFERENCIA “ H á uma d i s c u s s ã o mu i t o antiga e interminável na so- ciologia: como se organizam a s r e l açõe s en t r e i nd iv í duo e sociedade. Há pelo menos duzentos anos, isso tem tirado o sono dos pensadores. A pergunta que não se cala é a seguinte: como se dá essa c o n e x ã o ? Como e s s e s d o i s pólos atuam um sobre o outro. De um l ado , a l gun s p i n t am um cenário onde a ação dos indivíduos é determinante na c on f i g u r a ç ã o d a s o c i e d a d e onde ele vive. Por outro, há os que tratam a sociedade como a organização que pauta ati- tudes e comportamentos dos seus membros, os indivíduos. E qua s e t odos ace i t am que , em maior ou menor medida, é a interlocução entre os dois p ó l o s q u e mo v e o s g r u p o s sociais. Este é mais um daqueles temas em que não creio que haverá unanimidade algum dia. Mas po r que e s s e s comen t á r i o s ? O q u e e l e s t êm a v e r c om um depoimento sobre moda? E l e s t êm t udo a ve r com o assunto! A moda parece-me uma das m a n i f e s t a ç õ e s m a i s c o m - p l e x a s e i n t r i g a n t e s s o b r e a t e n s ã o e n t r e i nd i v í duo e s oc i edade . Vi s t a de um ân - gulo, ela parece o produto da inspiração criativa de alguns luminares que criam formas novas de comportamento e de auto-expressão para todos os demais. De outro ângulo, ela é um sofisticado sensor que capta pistas, tendências que e s t ão no s e i o da s oc i edade e con s t r ó i s eu s mode l o s de trabalho. Seja uma coisa ou outra, ou ainda o que é mais provável, amba s , a moda é ma i s uma das manifestações desse intrin- cado e quase incompreensível processo de conexão entre o que nós somos, a projeção que fazemos de nós mesmos para o grupo onde transitamos e o que esse grupo espera de nós. E é isso que nos encanta na moda. Em primeiro lugar, sua capacidade de refletir expec- tativas, das quais não temos consciência, na maior parte das vezes. Em segundo, o ta- lento criativo de profissionais q u e a n t e c i p am a q u i l o q u e ainda não estamos vendo. E por último, e talvez ainda ma i s impo r t a n t e , o f a t o d e conseguir, simultaneamente, nos integrar e nos diferenciar dentro da sociedade em que vivemos.” Jaime Troiano DIRETOR DA TROIANO CONSULTORIA DE MARCA
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