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Entrevista 14 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2008 JOÃO DORIA – A melhor moda brasileira é a moda tropical, é a moda que representa e expressa o sentimento e o modo de vida do brasileiro, que é a moda praia. É a moda mais descontraída, despojada, mais alegre, mais colorida e diver- tida, essa é a moda brasileira; nisso, o Brasil pode investir como moda original. Há estilistas e fabricantes que produzem uma moda de quali- dade no Brasil mas ela representa tendências externas que chegam ao Brasil, e há aqueles que são ino- vadores. A inovação se dá quando se tropicaliza, então tudo que está dentro do mundo tropicalizado com características brasileiras, a moda, principalmente da praia, do mar, é o grande diferencial do Brasil. LUIZ GARCIA – Quase sempre quando se fala em moda também, há uma sensação – ou pelo menos parece uma verdade meio pronta – que para estar no pacote da moda, para comprar o pacote da moda, você precisa estar muito exposto, freqüentar, estar em grande evidên- cia. Você particularmente, até pelo “comando” da mídia, consegue essa evidência, mas, ao mesmo tempo, já se declarou como uma pessoa tranqüila e que preserva muito o seu momento íntimo, a sua casa, família – maridão, paizão – já declarou vá- rias vezes que gosta muito e, quando consegue, retrai, fecha e fica muito quase que avesso à badalação. Fale um pouco sobre ela. JOÃO DORIA – Entendo que as pessoas, na sua conduta normal, para serem felizes de novo, não pre- cisam ter, precisam ser, está acima de tudo. Se você é, já começa a trilhar o caminho da felicidade; se você não é, tem de comprar a sua felicidade, e é mais complicado. Se você é, já tem a sua felicidade dentro dos seus limites. Não precisa ter grife alguma, morar em palácio nem andar de carro importado ou colocar gravata. Eu respeito as pes- soas que são capazes de viver bem dentro das suas próprias limitações e que encontram a sua felicidade exatamente no seu próprio espaço. O excesso de vaidade é nocivo, acaba machucando as pessoas ainda que elas não percebam, vai corroendo e destruindo os melhores valores dessas pessoas que passam a deixar os seus valores espirituais em segundo plano e a colocar os valo- res materiais em primeiro plano. Não é um bom caminho. “HOUVE UMA REDUÇÃO DA BASE DA MISÉRIA PARA UMA BASE DA POBREZA.”

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