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24 R E V I S T A D A E S P M – SETEMBRO / OUTUBRO DE 2008 Do Templo da moda ao Fashion Week o Brasil, o marketing de moda certamente nasce junto com o marketing de varejo; o varejo era moda e estilo. Nasce na segunda metade do século XIX, quando surgem no Rio de Janeiro empórios, magazines ao estilo “Bon Marché” e “Aux Printemps”, ícones parisienses, referências do bom vestir. A proibição em definitivo do tráfico de escravos em 1850 liberara os capitais, antes investidos no negócio, algumas das maiores fortunas do país, para outras atividades e o varejo de alto gabarito, moda por excelência, seria uma das opções preferenciais dos investidores. Surgem, então, estabelecimentos comerciais como a Casa Raunier, inicialmente instalada na Rua do Ouvidor, mais tarde na Rua Uruguaiana, e a casa de Madame Roche, no final do século XIX, após mudança acionária, conhecida como Ao Bastidor de Bordar, dentre outras. Anunciava-se moda nos jornais, por meio de anúncios a traço, alguns deles ilustrados com técnicas de litografia, destacando modelitos femininos, mas sem nenhum impacto visual. Nada que despertasse o desejo no público-alvo (devido às limitações das artes gráficas), e, acredito, que nem esse era o objetivo, naquele tempo. Anunciava-se apenas para mostrar prestígio ou agradar o dono do jornal. Quem consumia moda sabia onde procurar: dois quarteirões apenas, e os apelos de sedução, efetivamente, estavam lá, no ponto-de-venda, que já nasce sofisti- cado, mas se aprimora e, no final do século XIX, em nada deixava a desejar aos grandes magazines de Paris ou Londres. TEMPLO DA MODA AO FASHION WEEK DO N r r Fotos da matéria cedidas pelo autor

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