Revista da ESPM - SETEMBRO_OUTUBRO-2010
R E V I S T A D A E S P M – setembro / outubro de 2010 20 ENTREVISTA } O coração do jornalismo e os valores que ele tem de perseguir não mudam. O bom jornalista continua tendo os mesmos princípios. ~ irão permanecer. Daí a importância do “fil- tro”. Quem está produzindo e selecionando as informações de qualidade para você, é que vai fazer o papel diferenciador na Internet. É diferente saber que o jornal Y está fazendo aquela seleção específica de informações e de análises para você – confio nessa informação porque foi produzida por aquela empresa jor- nalística ou aquele conjunto de jornalistas, que seguemdeterminados princípios. Naquele mar de informações, que não sei identificar quais são de credibilidade ou não, é essa transposição que acho importante manter. GRACIOSO – Sempre considerando que o leitor está cada vez mais impaciente e decide cada vez mais depressa se vai continuar a ler ou não. JUDITH – No papel, posso ter uma impres- são de melhor qualidade hoje e outra de pior qualidade amanhã. Isso pode gerar uma re- clamação do leitor, mas ele não vai deixar de ler o jornal por causa dessa falha. Na Internet, esse fator conta muito. Se depois de um clique o texto demora três minutos para aparecer na tela, passo para frente, não quero mais, não tenho mais paciência para esperar. Esse fator se tornou um divisor de águas, coisa que não acontecia antigamente. GRACIOSO – Também temos esse problema na propaganda. Pesquisas indicam que há 12 anos o espectador assistia a um comer- cial por 18 segundos antes de decidir se lhe interessava ou não. Hoje, a decisão é tomada em apenas seis segundos. JUDITH – Se em seis segundos não houver um sentimento atraente, tchau! Estamos mudando nosso modo de vida. Brinco que vamos ter nossa alma numa parede, porque ali teremos tudo que é possível: contatos, mensagens, in- formações, jornais e vídeos… Tudo estará ali, aquela será a sua alma. GRACIOSO – Pode-se prever que o pró- ximo Governo do PT será marcado por novas tentativas de cercear a liberdade de imprensa e o direito de crítica? JUDITH – Sinceramente, espero que não. AANJ teve como experiência nos últimos anos um tra- balhobastanteárduoeprecisoumanter-seatenta, como sempre, emrelaçãoaprojetos que represen- tamumaminoria, mas sempre na linha do fami- geradocontrole social damídia. Issonospreocupa bastante. Tiveram alguns projetos ao longo dos últimos anos, nós reagimos e felizmente houve o abandono dessas técnicas absurdas. Esperamos que issonãovolte a acontecer, principalmentepor ser inconstitucional. Qualquer tipo de controle é ilegal. Vamos continuar atentos, porque esse tipo de projeto pode reaparecer. GRACIOSO – O preço da liberdade é a eterna vigilância... JUDITH – Agora vamos lançar o livro As melhores páginas de jornais , com a participação de 102 jornais associados. Pedimos para que cada um deles escolhesse a melhor página da sua história, a que melhor simbolizasse o seu jornal. Ficou muito interessante. Há desde páginas com conotação política até catástrofes, enchentes. Um livro lindo, que conta com a participação da ESPM. O presidente J. Roberto Penteado escreveu uma página para nós. E pensamos em fazer o lançamento na ESPM. GRACIOSO – Nos dará muito prazer. ES PM
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