Revista da ESPM_JAN-FEV-2012
R e v i s t a d a E S P M – j a n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 2 106 } Na pré-modern i dade, Deus ocupava o cent ro de tudo. Na modern i dade, o ho mem passou a ser o cent ro e na pós- modern i dade não temos ma i s cent ro. ~pois mudam tudo, não só circuns- tâncias, mas também os valores, de acordo com as conveniências. PASTOR RINA – Os evangélicos têm o mesmo zelo, mas a gente apanha pelos excessos de uns e outros. E essa é a imagem que o público em geral acaba tendo de nós. Esse é o marketing do mal. Acabamos pagando por aqueles que colocam sobre nós esse tipo de rótulo. JORGE – Na história das religiões até se ensina isso, mas as religiões sempre mudaram. O modo como os valores são v iv idos também passa por transformações. Por exemplo, o Cântico dos Cânticos, o mais belo dos cânticos de Salo- mão demorou mil anos para entrar na Bíblia, porque havia dúvidas. As coisas não vêm prontas. Elas passam por um processo de deli- beração, dúvida e questionamento. PASTOR ED RENÉ – Há desafios, sim. E , pelo menos na mi nha percepção, o marketing religio- so se presta a três finalidades: ser percebido; ser corretamente compreendido; e ser consumi- do. O g rande desa f io está em empreender ações harmônicas estratégicas, resguardados todos os limites éticos intr ínsecos à consciência espiritual. MÁRIO – Nem todo mundo faz isso que você acabou de falar. PASTOR RINA – Os maiores desafios que temos pela frente estão nesse patamar. Hoje, nossos templos es- tão cheios, alcançando essa geração, mas se a leitura dessa transição não for a correta, corremos o risco de em pouco tempo ver esse trânsito de uma fé para outra acontecer novamente. Os islâmicos estão chegando ao Brasil, como chega- ram à Europa, com estratégias bem definidas. Se não percebermos as necessidades das próximas gerações e levarmos nosso produto a ser consumido por elas, corremos esse risco. Nosso maior desafio tem a ver com marketing. MÁRIO – Voltando ao início, se Deus não for bem vendido, ele vai permanecer na prateleira. REVERENDO ALDO – É o melhor pro- duto, mas se o vendedor for ruim, ele vai permanecer na prateleira. MÁRIO – E isso continua valendo para todos nós? } O market i ng re l igi oso se presta a t rês f i na l i dades : ser perceb i do; ser cor retamente compreendido; e ser consumi do. ~
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