Revista da ESPM_JAN-FEV-2012
j a n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 2 – R e v i s t a d a E S P M 127 mo espaço assuntos que anteriormente seriamtratados comoexcludentes. Esse é o caso do marketing e da religião. As mudanças no comportamento dos in- divíduos, agora tratados como agentes consumidores, afetamo seu comporta- mento perante não somente o profano, mas também o sagrado. Assim, a cada dia nascem novas e curiosas religiões em um ritmo similar ao da fabricação de produtos convencionais. O beijo de Deus e o mundo corporativo EDUARDO OYAKAWA PÁG. 74 O presente artigo busca definir a es- piritualidade nos moldes das religiões abraâmicas, especialmente a mística judaica, e estabelecer conexões com o mundo corporativo e o prosaísmo das relações interpessoais como um universo inesgotável de affectus capaz de transcender os rigores impostos pelas rígidas estruturas burocráticas. Qual a atualidade da espiritualidade hassídicanesseuniverso secular, cético e produtivista? A imagem dos evangélicos no Brasil, construída a partir da mídia ISMAEL ROCHA PÁG. 78 Ameaçando a hegemonia da Igreja Católica Romana, os evangélicos se multiplicam nas diferentes camadas sociais dapopulaçãobrasileira. Através de centenas de igrejas, denominações ou seitas, fazem interpretações livres da Bíblia, acomodando linguagem e formas de culto ao target escolhido. Mesmo apresentando índices altos de crescimentoepossuindocaracterísticas distintas, os evangélicos são traduzidos pela mídia impressa como um único grupoe comcomportamentoduvidoso. Resultado de uma longa pesquisa nos principais veículos de mídia impressa, foi possível identificar qual a imagem atual dos evangélicos no Brasil. Sobre religião, perfis e marketing RICARDO ZAGALLO CAMARGO PÁG. 86 O que é – para você − religião? As respostas em formato twitter (até 140 caracteres) a essa pergunta, enviada a um grupo de professores da ESPM, servemdepontodepartidaparapensar sobre opapel da religião e os caminhos do marketing nos dias de hoje. Noque tangeà religião, as respostasdos professores, decerta forma, corroboram atesedefendidaporJurandirFreireCos- ta (2010), para quem os dilemas éticos enfrentados ainda podemser pensados dentroda tradição leiga ou espiritual do Ocidente, que funcionaria como baliza para tomar decisões e estabelecer o relacionamento com os outros. A des- conexãoentreoperfil dos respondentes e suas respostas é, por sua vez, umbom pretexto para sugerir que a observação de padrões de comportamento ocupe o lugar da construçãodeperfis edabusca de motivações de consumo no rol das preocupações do marketing. Da gestão linear para o transcendente nas organizações sistêmicas AURÉLIO L. ANDRADE E LEONARDO MARQUES PÁG. 108 Este artigo trata das dificuldades enfrentadas pelas organizações mo- deladas pelo paradigma mecanicista. Organizaçõesmecanicistas sãoaquelas moldadas pelo desejo por produtivida- de e controle e que foram amplamente bem-sucedidas nos séculos XIX e XX. No entanto, com as mudanças do final deste período notam-se cada vez mais dificuldadesdessemodeloorganizacio- nal, dificuldades essas especialmente relacionadas à sua inflexibilidade, in- sustentabilidade e infelicidadedos seus membros. No alvorecer do século XXI, em meio à crise por que passa grande parte das áreas científicas dentro do paradigma cartesiano, também a ad- ministração clama por uma mudança. É chegada a era das organizações sistê- micas, emque o privilégio ao todo, aos relacionamentos, à circularidade, auma estruturaemredeeaousodemetáforas ecológicas poderá trazer flexibilidade, colaboratividade e criatividade. E, além disso, felicidade. Desvirginando consumido- res: seduzindo clientes a comprar uma marca pela primeira vez NATASHA KAPULSKI PÁG. 116 Todos os dias, consumidores são cer- cados por uma grande variedade de marcas. Mas eles não avaliam todas as opções e por isso compram habitual- mente osmesmos itens. Para entender como consumidores quebram essa rotina, este estudo explora a compra de marcas de bemde consumo não durá- vel pela primeira vez. Os resultados de entrevistas emdois supermercados na Austrália mostram que: 1) Um terço das idas ao supermercado incluem a compra de, pelo menos, uma marca pela primeira vez. 2) Não existe um grupo de consumidores que seja mais propenso a experimentarmarcas nun- ca compradas antes. 3) A maioria das compras pela primeira vez é relacio- nada a compras por impulso, geradas pelo apelo visual e promocional da marca no ponto de venda. ES PM
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