Revista da ESPM_JAN-FEV-2012

s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 17 S o f i a E s t e v e s onde existe uma devoção como a de Aparecida. Vamos conversar com as autoridades e verificar a possibilidade de levar o movimento para lá. O problema que enfrentamos no exterior é que não temos uma TV aberta como aqui. No Brasil, temos quatro canais oficiais: Rede Vida, Canção Nova, TV Aparecida e Século XXI. Mas países como México e Argentina não deixam a religião se manifestar na TV aberta. A Rede Vida, por exemplo, nasceu junto com o IBMC e já tem 17 anos. GRACIOSO – Logo vai aparecer no Ibope. KATER – A novena do padre Robson faz de 0,8 a 1,5 ponto, sendo que para cada ponto projetamos 1,5 milhão de espectadores. Ima- gine 1,5 milhão de pessoas rezando numa mesma intenção. Aí entra o testemunho que lemos nos programas: “Eu estava com problema, fiz a novena do padre Robson e as coisas se resolveram. Faça para você ver”. É o trabalho de evangelização dos primeiros cristãos, só que usando a tecnologia. Todos já ouviram ou participaram de uma novena. O que fizemos foi dar a ela um novo formato. Como estratégia de marketing, eu reembalei o produto, sem mudar o conceito. Agora, estou fazendo a mesma coisa com o terço. Aprendi na ESPM que todo profissional de marketing deve ter uma visão de negócios para os próximos 10 anos e é isso que esta- mos fazendo com o projeto do padre Robson. ANNA GABRIELA – Qual é o futuro do marke- ting religioso? KATER – Vejo o marketing religioso como algo altamente promissor, ainda estamos engati- nhando em termos de estratégia. GRACIOSO – E ele estará, de qualquer for- ma, ligado umbilicalmente à televisão? KATER – Com certeza. O marketing não vive sem os meios de comunicação – a televisão e a mídia social. Em Jundiaí há um padre que faz um evento chamado Cerco de Jericó , uma oração que a Renovação Carismática criou baseada na queda do muro de Jericó onde a arca da aliança deu sete voltas. Esse padre teatralizou a história que tem sete dias de oração e produziu um espetáculo para recordar o episódio. Faço marketing 24 horas por dia, sempre guardando a ética e os princípios cristãos e digo que é disso que as pessoas precisam, porque a fé é intangível e estamos acostumados com coisas tangíveis. A eucaristia é muito mais que um pedaço de pão. É a presença tangível de Jesus que você recebe no seu coração. ANNA GABRIELA – No passado, o senhor ajudou a Rede Vida de Televisão a cobrir a visita do Papa ao Brasil com a campanha “Leve o Papa no seu peito”. Na época, a iniciativa realizou a venda de 1 milhão de bottons emquatromeses, levantando uma receita de R$ 2 bilhões. Hoje, em função dessa revolução da fé em curso, a ação surtiria o mesmo efeito? KATER – Sim. Há três anos, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro me pediu para estruturar um plano de marketing para promover a reforma do Cristo Redentor. Em outubro de 2009, no alto do Morro do Cor- covado, lançamos a campanha “Eu sou de Cristo”. Com uma contribuição de R$ 7,00, a pessoa ajudava na manutenção de uma das sete maravilhas do mundo moderno e ainda levava para casa um broche que era uma réplica em miniatura do Cristo Reden- tor. Após 15 dias de campanha, o arcebispo Dom Orani Tempesta me ligou dizendo que a Vale queria falar com ele sobre essa ação de marketing. Uma reunião foi agendada e a empresa comprou por R$ 15 milhões o direito de uso exclusivo da imagem do Cristo Redentor para a Copa do Mundo de 2014. Resultado: a estratégia foi um sucesso, mas depois da negociação com a Vale, a campa- nha acabou e eu fiquei com 300 mil broches do Cristo Redentor na gaveta! GRACIOSO – Foi uma belíssima entrevista. Muito obrigado pela aula que você nos deu. Antonio Kater j a n e i r o / f e v e r e i 2 i ES PM

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