Revista da ESPM_JAN-FEV-2012
s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 73 S o f i a E s t e v e s } Hoje, a bioética é tida como a ética da vida, da saúde e do meio ambiente, cuja finalidade é o resgate da dignidade do ser humano em todos os sentidos. ~ ES PM dos jovens é televisão, vídeo e informática e não mais participar de um culto. Então, temos de aperfeiçoar esses meios, não no sentido de concorrência ou ganho financei- ro, mas de transmitir uma mensagem com valores. É isso que falta para não ser cada um por si e Deus por todos. Temos de voltar à essência da vida e não esquecer que ela é transitória e passageira. ISMAEL – Voltando nesse tema das mí- dias, percebemos hoje um fenômeno muito interessante, que são os padres cantores, como o padre Marcelo. O se- nhor entende que esse movimento, an- tes muito mais característico dos evan- gélicos, é uma resposta ao movimento Gospel ou uma forma de linguagem que a sociedade está buscando? PE. CHRISTIAN – Gostaria de saber qual é a mensagem, que valores esses padres estão passando. Eles tentam agradar um segmento da população, mas não vejo muitas men- sagens e valores dentro das canções. São superficiais. São músicas bonitas, mas no- vamente voltamos às sensações. Cantamos porque nos sentimos bem. GRACIOSO – A própria igreja católica está consciente disso. Tanto que agora está ganhando força ummovimento que cha- mo de neocarismático, do padre Robson, do Pai Eterno em Goiás, que procura difundir valores e está atraindo multi- dões em todo o Brasil. Isso mostra que existe uma sede de algo mais profundo que não estamos atendendo. PE. CHRISTIAN – As pessoas acompanhamesses padres porque eles são bonitos e a música é gostosa. Só que o negócio está vazio e super- ficial. Através desses cantores todos poderiam saber mais sobre a própria religião, mas hoje isso não acontece. GRACIOSO – E o futuro, padre, para onde vamos? PE. CHRISTIAN – Nem tudo está perdido dentro da nossa sociedade. Existem pequenos grupos que estão procurando respostas em todas as religiões. Na igreja católica, certos movimentos tentam trabalhar a questão dos valores com os jovens. Certamente, entre os evangélicos também existe esse movimento, mas não conheço porque não frequento essa igreja. Precisamos ter esperança e ver nas nossas uni- versidades e escolas quais valores passamos. No meu Centro Universitário, costumo dizer que temos de transmitir valores se queremos ser lembrados no futuro. Também digo que o educador se liga ao infinito. Ele não sabe até onde vai sua influência. É o ânimo que temos de ter e a bioética é um caminho que pode nos dar esperança a partir do momento em que conseguimos agregar as pessoas para decidir sobre valores. Hoje, se considerarmos todas as questões da saúde – saúde pública, saúde nas instituições, a própria política de saúde – essas Comissões de Bioética podem ajudar a encontrar um caminho. GRACIOSO – Obrigado, padre Christian. ISMAEL – Muito obrigado pelos seus ensinamentos e por essa oportunidade de aprendermos com o senhor e com a sua experiência. j a n e i r o / f e v e r e i 2 i Pe. Christian de Paul de Barchifontaine
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