Revista da ESPM_JAN-FEV-2012

j a n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 2 – R e v i s t a d a E S P M 81 Papa ou líder da Igreja. Segundo os preceitos da Igreja Católica Romana, Pedro segue uma ordem do Cristo que afirma que a Igreja seria construída a partir dele. Esta tradição segue até os dias de hoje, com sucessivos Papas, Líderes únicos de uma comunidade de fiéis. Dentro dos preceitos, tradição e valores pre‑ gados pela Igreja Católica Romana, um deles tem um papel fundamental: só há salvação dentro da Igreja. Essa verdade expõe uma realidade presente desde o Brasil Colônia: o medo da excomunhão que alija o indiví‑ duo da Igreja, e, consequentemente, o atira ao inferno para toda a eternidade, como responsável por importantes momentos da nossa história. Mas esse não é o aspecto mais importa‑nte nesse estudo e sim o conceito de unidade. A Igreja Católica Romana é única no mundo, com um único líder, com dogmas e tradições únicas, o que a coloca, pelo menos nos países onde possui maioria, seja no Novo Mundo ou não, com uma vantagem competitiva frente a todas as outras propostas religiosas. Soma-se a isso o conceito criado para a cate‑ goria “católico não praticante”, que garante essa unidade e coloca a todos, praticantes ou não, alinhados com os principais valores apregoados pela Instituição. É possível agir estrategicamente e em bloco. Na contramão da história tupiniquim − os protestantes. Assim chamados todos os que de alguma forma se identificam com a cha‑ mada Igreja Reformada, que se estabelece tendo como origem a Reforma Protestan‑ te do Século XVI, liderada por Martinho Lutero. Diferentemente da Igreja Católica Romana, na Igreja Reformada a salvação é um ato, uma decisão pessoal, individual e independe do local, igreja ou circunstância em que se dá. É um ato de fé. Esse fator promoveu a intensa proliferação de igrejas, seitas e agrupamentos religio‑ sos que surgem no Brasil principalmente a partir do final dos anos 1960. É impossível catalogar todos os templos e instituições re‑ ligiosas que, alicerçadas por uma legislação não reguladora, crescem exponencialmente em todas as camadas sociais.

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