Revista da ESPM_JAN-FEV-2012

R e v i s t a d a E S P M – j a n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 2 96 } Se Deus dependesse da gente para sa i r da prate le i ra, estar i a l á até hoj e. ~ a ideia de que vamos morrer e que a vida acaba aqui. Não é possível, é um desperdício. MÁRIO – Isso é ótimo porque essas buscas humanas existem desde o princípio dos tempos. Já que es- tamos falando em linguagem de marketing e comunicação, o que busca cada segmento? Será que as classes mais pobres buscam algo mais material que as igrejas neo- pentecostais oferecem? ISMAEL – Se definirmos que a po- pulação de menor poder aquisitivo se volta mais para uma tendência neopentecostal, estamos diminuin- do igrejas que não são voltadas para esse público, mas que têm também uma proposta dogmática direcio- nada para as classes mais altas. Não dá para estigmatizar pessoas mais simples aqui e pessoas menos simples ali. PASTOR RINA – Essa informação não é totalmente falsa, porque a população é diretamente atingi- da por trabalhos pentecostais e neopentecostais. Os pastores neo- pentecostais voltados à população de baixa renda desenvolveram a habilidade de se comunicar com essas classes. Hoje, tem pastor que desponta no segmento evangélico usando chapéu de boiadeiro e fa- lando a linguagem do povo para arrebanhar multidões. GRACIOSO – A sociedade pós-mo- derna é a sociedade do espetáculo. Esses pastores proporcionam um espetáculo cada vez que aparecem na televisão. Eles oferecem aquilo que o povo quer – não só os pobres, os ricos também. REVERENDO ALDO – Mas é diferente. O espetáculo do rico é no Mosteiro de São Bento, que fica abarrotado aos domingos. Na periferia, as pes- soas lotam as igrejas neopentecos- tais. Omais importante é discutir o que as religiões estão fazendo com esse povo. ISMAEL – De novo, vamos entrar num juízo de valor: o que está no Mosteiro de São Bento é espe- tacular e o que está na igreja da favela não. REVERENDO ALDO – Não foi isso que falei. MÁRIO – São espetáculos com lin- guagens diferentes. ISMAEL – Linguagens diferentes atendem a demandas diferentes. } A essênci a daqu i l o que l evo não muda nunca , é i negoci áve l , mas a forma como me comu­ n ico preci sa se adequar às ne­ cess i dades daque l a geração. ~

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