Revista da ESPM_JAN-FEV-2012

R e v i s t a d a E S P M – j a n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 2 98 } A fé é o a l icerce de todas as re­ l i g i ões e responde a essa suspe i ta que temos de que o un i ve r so é uma arqu i tetura i nte l i gente. ~ QUIROGA – Sim. Uma grande moti- vação da busca pela religião é que podemos fazer o impossível, como um gago libertar uma nação ou um gago nascer escravo, virar aristo- crata e escapar da aristocracia. RABINO MICHEL – Ao final, Moisés vira um homem de palavras. De- pois de ter uma vida de realiza- ções, era o momento de contar a todos o que ele tinha feito. Nesse caso, o marketing da religião vem depois da obra. Isso é um alerta importante para as religiões, pois devemos nos preocupar com a forma como somos percebidos. Isso é essencial, mas sempre deve vir acompanhado de um trabalho de base profundo e efetivo. MÁRIO – Quais instituições reli- giosas se valem de ajuda profis- sional para modernizar seus atos, suas festividades, suas missas e seus credos? ISMAEL – Todas. Não podemos entender o marketing como algo pejorativo ou uma técnica do mal. Se uso a mídia ou estabeleço um layout diferente na minha comu- nidade, estou usando ferramentas de comunicação. MÁRIO – Imaginem uma igreja ou uma sinagoga com 100 fiéis. O cidadão responsável resolve fazer algo para atrair mais fiéis e pinta o local de outras cores, coloca cristais etc. Nada é negativo, não há juízo de valores. Quem faz isso e como? PASTOR RINA – Existe muito mais marketing das religiões do que se imagina, porque todo líder reli- gioso tem a responsabilidade de comunicar uma mensagem. Com exceção do que o rabino citou, “não queremos o proselitismo”, qualquer líder religioso, princi- palmente o cristão, ouvirá do seu mestre: “Ide e pregai o evangelho”. Minha responsabilidade é levar essa mensagem ao maior núme- ro de pessoas no menor tempo possível. Preciso maximizar meu potencial para divulgar na minha geração aquilo que meu mestre fez na cruz. É impossível desprezar o marketing, que está em cada detalhe, em cada passo, em cada decisão. Até na logística do culto e na liturgia, estamos todo o tem- po respondendo a demandas. E o marketing age sob dois aspectos. O primeiro é o sucesso baseado na habilidade de leitura desse líder sobre a transição que as gerações estão vivendo. É preciso entender que a comunidade ao redor da igreja não é a mesma de 20 anos atrás e não será igual daqui a 10 anos. A essência daquilo que levo não muda nunca, é inegociável, mas a forma como me comunico precisa se adequar às necessida- des daquela geração. Há 11 anos, desenvolvo um trabalho com o pú- blico da Geração X, que funciona bem. Só que a Geração X já está envelhecendo e quem começa a influenciar a sociedade é a Gera- ção Y. Minha preocupação agora é como usar as ferramentas para atingir o pessoal que hoje tem en- tre 15 e 25 anos. O ser humano é e sempre será incompleto sem Deus, porque foi fabricado para estar em

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