Revista da ESPM JAN-FEV_2007
100 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 Mesa- Redonda debate um estudo que fizemos aqui na Escola. Um de nossos professores cruzou dois bancos de dados: o das 500 maiores empresas brasileiras com o das 100 melhores empresas para se trabalhar, que estavam no grupo de 500. Essas 100 empresas – que os próprios funcionários elegem como bons lugares para se trabalhar – são bem mais lucrativas do que a média das 500. A diferença cresce ainda mais, nas empresas de serviços, porque aí o fator humano é mais importante. Mas o estudo mostrou outra coisa interessante. Destacando as empresas escolhidas como bons lugares para trabalhar – entre européias e americanas – e estudando o método que cada uma delas, na sua própria descrição, usa para reter seu pessoal ou atrair bons executivos, descobriu-se que as em- presas européias se baseiam mais naquilo que aqui chamaríamos de valores espirituais – bom ambiente de trabalho, um certo paternalismo, permanência, tolerância –, enquanto que as americanas definem com toda clareza: “Nós retribuímos o mérito com dinheiro, achamos que a forma de atrair e reter os bons executivos é pagar e premiar o mérito”. Há pouco de espiritual aí. Mas ambos chega- ram a resultados idênticos: ambos os estilos de gerência resultam na apreciação positiva dos funcionários. Sob esse aspecto, pelo menos, não se pode justificar uma gestão rica de espiritualidade sob a alegação de que ela é mais produtiva. Não é verdade – ou não é uma verdade completa – ,porque uma gestão estritamente material e imediatista também pode chegar aos mesmos resultados. Talvez provocando alguma dor, desconforto, mas torna a empresa também lucrativa. Acho que devería- mos procurar o verdadeiro sentido da espiritualidade nos negócios em outras dimensões. RODRIGO – Estou convencido de que não só é mais lucrativo, mas tam- bém mais sustentável. Porque numa empresa – em especial as de serviço – quanto melhor for o ambiente para que os talentos individuais pos- sam se desenvolver, essas empresas aproveitam melhor os seus recursos e conseguem conectar melhor com os demais stakeholders . Mas ainda “O TERMO VEM DO LATIM SPIRITUS, QUE SIGNIFICA SOPRO DE VIDA.” “...DAQUI A UM MÊS, VAMOS PARA O VIETNÃ AJUDAR OS INDÍGENAS.”
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