Revista da ESPM JAN-FEV_2007
106 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 Mesa- Redonda espiritualizadas. Mas não são muitas, nem se trata de uma preocupação dominante. KEN – Não só empresas. Por que or- ganizações públicas não podem ser mais espiritualizadas? JR –Talvez até de formamais evidente, pois são públicas. RODRIGO – O que as pessoas que- rem é a empresa humanizada, quer dizer, empresas comvalores humanos, sentimentos, emoções positivas. MARIO – Inclusive se pensarmos como caminha o planetaTerra, ele está se espiritualizando. Aí vai depender das crenças pessoais, mas há cada vez menos pessoas ligadas a religiões dogmáticas e cada vez mais pessoas se preocupando com uma dimensão cósmica, espiritual etc. JR – Não sei se isso se aplica a todo o planeta. MARIO – As discussões acerca da existência de Deus, que eram dogmas há 50, 100 anos, hoje são discutidas sem que as pessoas temam ir para a fogueira, ou fiquem com sentimentos deculpaepecado. Issoéalgoquepode deixar-nos felizes. Mas pensar que só estamos discutindo isso 5 anos depois dessamatériaque saiuna Exame –acho que caminhamos muito lentamente. AUGUSTO – Não é preciso caminhar dos 10 para os 100%porque, quando chegarmos em 20%, o politicamente correto já será cultura. E o número de pessoas preocupadas com essas questões, nas empresas, continua aumentando. Quando a British Pe- troleum muda o nome para Beyond Petroleum, está praticando uma es- tratégia que chamo “pé lá e pé cá”. Estão trabalhando com produtos do petróleo, pensando que – daqui para frente – haverá outras coisas. Há em- presas, mesmo no Brasil, que fabricam cigarros e estão comprando indústrias alimentícias de chocolate, praticando “pé lá e pé cá”. Pegam os dividendos do cigarro e colocam no chocolate, porque – daqui a alguns anos – cigarro não vai dar mais. Essas coisas estão acontecendo em empresas grandes. JR – “Ser honesto, nem que seja por malandragem.” AUGUSTO – Será que é isso? Acho que é mais visão... KEN – Mesmo que há cinco anos fosse só 1% e agora 3%, seria 300% de melhoria. JR – O debate está interessante, mas vamos tentar checar as conclusões que cada um está tirando dessa con- versa? GRACIOSO –Achoque já se chegou a umcerto consenso – que oMarioRené resumiu bem. O movimento é cres- cente, noBrasil inclusive, e eu acredito que muitos empresários e executivos, principalmente os “número um” de “A ÉTICA É MUITO IMPORTANTE NAS ORGANIZAÇÕES HUMANAS, PORQUE TEM UMA DIMENSÃO EXPLÍCITA.”
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx